DE CASA
É irresistível pensar no bem que um eventual acesso do LEC pode trazer para a cidade
É irrestível pensar no bem que um eventual acesso do Londrina à Série A do Brasileirão depois de mais de 35 anos pode trazer para a cidade. Uma visibilidade imediata em nível nacional, economia aquecida com a vinda de equipes de TV e rádio, delegações das equipes além dos torcedores de toda a nossa região. Enfim, um ganho que o pessoal de todo o nosso setor produtivo é capaz de mensurar na ponta da língua e do lápis.
Para o próprio Londrina, claro, a chegada à elite representaria projeção de mais receita, seja com verba da TV ou da renegociação de valores com os atuais patrocinadores e futuros contratos com novos, bem como a venda de produtos licenciados (aliás, neste ponto, uma situação que o Londrina precisa urgentemente avançar).
Afinal de contas, quem não quer o time que representa toda uma região desfilando na principal divisão do nosso futebol? Porém (ah, porém...), há que se pensar com muita seriedade uma questão fundamental quando se fala nessa possibilidade de acesso: a cidade está de fato preparada para fazer parte de um evento de grandes proporções como são jogos envolvendo times das maiores torcidas do país?
Para não ir muito longe, cito o caos que foi ums das últimas partidas em que o Estádio do Café recebeu lotação máxima, que foi aquele fatídico 0 a 1 para o Coritiba na final do primeiro turno do Campeonato Paranaense de 2013. Tá lembrado? Eu fiquei no setor das cadeiras, para acompanhar meu pai, que é proprietário de duas ou três, e, claro, queria de preferência se sentar em uma delas. Não foi o que aconteceu. Havia uma notória superlotação que fez com que eu e ele, mesmo tendo chegado ao estádio com coisa de uma hora de antecedência, tivéssemos que sentar nos degraus de um dos corredores verticais que dividem as cadeiras. Meu pai nunca mais voltou.
Outro problema foi o próprio acesso às catracas da rampa principal. Uma multidão afunilada que fez com que muita gente que certamente também havia chegado com antecedência ao estádio perdesse o começo do jogo. Desordem. Sem falar na própria estrutura física do nosso bravo Estádio do Café. Uma situação inclusive da qual o próprio gestor da SM, Sérgio Malucelli, já se queixou ainda neste ano mesmo. Não apenas o gramado ruim, mas as instalações relacionadas a vestiários, banheiros e cabines de imprensa.
O Café tem 32 anos, gente, e desde sua inauguração passou por vários retoques, mas jamais uma reforma de fato que permitisse mais conforto e segurança a quem o frequenta. Se quisermos Londrina na elite do futebol, com perspectivas de grandes públicos a cada rodada, precisamos nos preparar e cobrar do clube e do poder público que haja condições fora do campo para que não passemos apuros, apertos e vergonha. Boa semana.
Será que estamos prontos para receber um evento do porte da Série A?