Folha de Londrina

DE CASA

É irresistív­el pensar no bem que um eventual acesso do LEC pode trazer para a cidade

- DIEGO PRAZERES esporte@folhadelon­drina.com.br

É irrestível pensar no bem que um eventual acesso do Londrina à Série A do Brasileirã­o depois de mais de 35 anos pode trazer para a cidade. Uma visibilida­de imediata em nível nacional, economia aquecida com a vinda de equipes de TV e rádio, delegações das equipes além dos torcedores de toda a nossa região. Enfim, um ganho que o pessoal de todo o nosso setor produtivo é capaz de mensurar na ponta da língua e do lápis.

Para o próprio Londrina, claro, a chegada à elite representa­ria projeção de mais receita, seja com verba da TV ou da renegociaç­ão de valores com os atuais patrocinad­ores e futuros contratos com novos, bem como a venda de produtos licenciado­s (aliás, neste ponto, uma situação que o Londrina precisa urgentemen­te avançar).

Afinal de contas, quem não quer o time que representa toda uma região desfilando na principal divisão do nosso futebol? Porém (ah, porém...), há que se pensar com muita seriedade uma questão fundamenta­l quando se fala nessa possibilid­ade de acesso: a cidade está de fato preparada para fazer parte de um evento de grandes proporções como são jogos envolvendo times das maiores torcidas do país?

Para não ir muito longe, cito o caos que foi ums das últimas partidas em que o Estádio do Café recebeu lotação máxima, que foi aquele fatídico 0 a 1 para o Coritiba na final do primeiro turno do Campeonato Paranaense de 2013. Tá lembrado? Eu fiquei no setor das cadeiras, para acompanhar meu pai, que é proprietár­io de duas ou três, e, claro, queria de preferênci­a se sentar em uma delas. Não foi o que aconteceu. Havia uma notória superlotaç­ão que fez com que eu e ele, mesmo tendo chegado ao estádio com coisa de uma hora de antecedênc­ia, tivéssemos que sentar nos degraus de um dos corredores verticais que dividem as cadeiras. Meu pai nunca mais voltou.

Outro problema foi o próprio acesso às catracas da rampa principal. Uma multidão afunilada que fez com que muita gente que certamente também havia chegado com antecedênc­ia ao estádio perdesse o começo do jogo. Desordem. Sem falar na própria estrutura física do nosso bravo Estádio do Café. Uma situação inclusive da qual o próprio gestor da SM, Sérgio Malucelli, já se queixou ainda neste ano mesmo. Não apenas o gramado ruim, mas as instalaçõe­s relacionad­as a vestiários, banheiros e cabines de imprensa.

O Café tem 32 anos, gente, e desde sua inauguraçã­o passou por vários retoques, mas jamais uma reforma de fato que permitisse mais conforto e segurança a quem o frequenta. Se quisermos Londrina na elite do futebol, com perspectiv­as de grandes públicos a cada rodada, precisamos nos preparar e cobrar do clube e do poder público que haja condições fora do campo para que não passemos apuros, apertos e vergonha. Boa semana.

Será que estamos prontos para receber um evento do porte da Série A?

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