Folha de Londrina

PL que revoga plebiscito sobre a Sercomtel deve chegar à Câmara nesta semana

Presidente da Comissão de Desenvolvi­mento Econômico da Casa avalia que Executivo deve mais informaçõe­s sobre a situação da companhia

- Vitor Struck Reportagem Local

Adiscussão sobre o futuro da Sercomtel deve avançar ainda mais na Câmara Municipal de Londrina com a chegada do projeto que pede a revogação da lei que determina que todas as alterações acionárias da telefônica passem por um plebiscito. O vereador Eduardo Tominaga (DEM), presidente da Comissão de Desenvolvi­mento Econômico, lembra que o prefeito Marcelo Belinati (PP) havia comentado em reunião pública que a revogação da obrigatori­edade do plebiscito deveria chegar ao Legislativ­o até esta sexta-feira (9), e afirma que os vereadores ainda se sentem pouco abastecido­s de informaçõe­s.

“Vamos aguardar. Por enquanto não tem como falarmos se a Sercomtel é vendável ou não sem termos a real situação. Inclusive, solicitamo­s o plano de recuperaçã­o e não nos foi apresentad­o, eles disseram que estava sendo elaborado. Quem tem que apresentar não é o prefeito, ele tem que cobrar. Quem tem que apresentar é o presidente da Sercomtel e os servidores”, cobra Tominaga.

Entretanto, a reportagem apurou que não haveria a possibilid­ade da Câmara ter acesso ao plano, uma vez que estas medidas ainda estão sendo analisadas pelo Conselho de Administra­ção da Sercomtel e, em seguida, precisam ser aprovadas pelos acionistas, Prefeitura, diretoria da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) e Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações). Já o balanço financeiro atualizado até o mês de setembro teria sido apresentad­o aos parlamenta­res.

Segundo o procurador jurídico do Município, João Esteves, a situação financeira em que se encontra a companhia torna a revogação necessária. “Nesse momento o que se constata é que não podem ser decisões meramente de caráter político as que vão determinar o futuro desta companhia e também o futuro do município de Londrina, que acaba sendo responsáve­l pelo ativo e também pelo passivo. Portanto, uma decisão a respeito da composição societária ou pelo menos do seu controle gerencial e administra­tivo tem que ser tomada por meio de análise técnica e não de uma consulta plebiscitá­ria”, defende.

PLEBISCITO

A obrigatori­edade de realização de plebiscito­s em face de mudanças acionárias na Sercomtel nasceu em 2001, quando os então vereadores Elza Correia e Tercílio Turini (ambos hoje no PPS) conseguira­m aprovar a proposta. No último mês de outubro, em entrevista à FOLHA, eles também demonstrar­am preocupaçã­o com a falta de informaçõe­s.

Quem também concorda com esta discussão na pauta da Câmara é o vice-presidente da comissão de Desenvolvi­mento Econômico, o vereador Felipe Prochet (PSD). “Temos que colocar em pauta. Qual é a saída para a Sercomtel? A Prefeitura injetar dinheiro? Ela não tem nem dinheiro para pagar suas contas. A Copel quer? Já expressou publicamen­te e via atas de reuniões que não, então temos que buscar alternativ­as que podem ser na iniciativa privada”, avalia.

DÍVIDAS

De acordo com o último balanço publicado no site da Sercomtel, referente ao ano passado, os passivos de curto prazo somam R$ 66,640 milhões e os de longo prazo, R$ 163,456 milhões. Entretanto, as dívidas podem ser ainda maiores se forem considerad­os todos os processos movidos contra a companhia. Já a receita bruta de 2017 foi de R$ 285,593 milhões, e o balanço ainda mostra prejuízos acumulados de quase R$ 180 milhões.

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Marcos Zanutto/13-07-2018 Prefeitura defende que decisões envolvendo a viabilidad­e financeira da Sercomtel têm que ser tomadas por técnicos e não pela população

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