Sercomtel - Não há tempo a perder!
A Sercomtel tem galgado patamares de excelência nos indicadores de qualidade da operação dos serviços prestados (telefonia fixa, móvel, banda larga, etc.), graças a gestões e profissionais (da ativa e aposentados) competentes e idealistas.
Contudo, a condição de empresa de economia mista, com amarras regulatórias e legais e à mercê de “humores e vontade política”, a levam a uma competição desigual, frente a concorrência de gigantes empresas privadas de telecomunicações, com poder dentre outros, de recursos (negados a empresas públicas e mistas), da facilidade de negociação com fornecedores (inclusive internacionais), agilidade de decisão e ganho de escala incomparavelmente maiores.
Mesmo com todas essas dificuldades, a partir de 2009, após obter a autorização da Anatel, para operar a telefonia fixa e banda larga em todo o Estado, já está presente em 50% dos 399 municípios do Paraná, sendo 4% com infraestrutura própria e 46% em parceria com a Copel). Na telefonia celular está presente em Londrina e Tamarana.
Contudo, o cenário desde sua criação mudou e muito. É necessário haver por parte, principalmente de seus acionistas, sensibilidade, empenho e vontade política com ações proativas visando derrubar barreiras, e encontrarem em tempo hábil, saídas adequadas para reverter a situação econômico-financeira da Sercomtel (sob risco de extinção das outorgas da Empresa pela Anatel). Tais premissas, por certo devem ter sido dissecadas pela consultoria internacional
Ernst & Young (uma das “Big Four” da área) contratada pela Copel para tal mister.
A alternativa de passar o controle da empresa à Copel para estadualizar os serviços da Sercomtel era, a nosso ver, a alternativa mais esperada. Contudo, parece cada vez mais distante tal sonho e hipótese, principalmente após a divulgação pela mídia de que o Comitê de Auditoria Estatutário da Copel, teria orientado o Conselho de Administração da companhia a não investir mais na Sercomtel.
O tempo urge, levando em conta que vence neste dia 8 de novembro, o prazo dado pela Anatel para manifestação dos interessados em contribuir com a consulta pública, sobre a licitação para concessão da telefonia fixa local, da autorização de telefonia fixa local e de longa distância nacional e internacional, da telefonia móvel, da banda larga fixa, atualmente pertencentes à Sercomtel.
Até onde me consta, das ações ordinárias (com direito a voto), a Prefeitura é a acionista majoritária com quase 55%, já que praticamente 0,0002% estão nas mãos de pequenos acionistas e a Copel detém 45%. Já das ações preferenciais (sem direito a voto), o acionista majoritário é a Copel com 45%, seguido dos assinantes que aderiram ao autofinanciamento do serviço telefônico, que detém 32% (até 2012 nas mãos da Prefeitura de Londrina) e o Itaú com 8% (empréstimo realizado a então Banestado Corretora, anulado pela Justiça em 25.06.2017 até o julgamento final da ação).
A Sercomtel precisa de recursos, isto é o combustível para poder quitar o passivo (melhorar os indicadores econômico-financeiros), como para modernizar e expandir a planta, estendendo as fibras ópticas para oferecer maior velocidade de banda larga a todas as cidades que atua. Passar para quarta e mesmo quinta geração do celular (4G e 5G), dentre outros desafios e inovações que o futuro reservará frente a novas tecnologias e a rápida obsolescência dos sistemas. Pelo visto, tais recursos não serão aportados nem pela Prefeitura de Londrina nem pela Copel.
Daí os cuidados legais da agência, quanto aos passos a serem seguidos para encontrar as alternativas de saídas mais adequadas e defensáveis para a Sercomtel. O momento exige coragem, determinação e decisões estratégicas céleres por parte dos acionistas, para reavivar essa notável empresa, cuja origem remonta aos primeiros passos dados em 1964, por iniciativa do então prefeito, dr. José Hosken de Novaes. Não há mais tempo a perder!
Empresa enfrenta uma competição desigual, frente a concorrência de gigantes empresas privadas de telecomunicações
MÁRIO JORGE DE OLIVEIRA TAVARES, atuou na Sercomtel por mais de 35 anos como especialista em Adm. e Telecom, onde se aposentou em 2006. Em 2009, presidiu a companhia por quatro meses no governo interino do prefeito José Roque Neto