Folha de S.Paulo

Corpo docente não foi ouvido, diz coordenado­r

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DE SÃO PAULO

Coordenado­r dos cursos de licenciatu­ra do Instituto de Química, do campus central da USP, Flavio Maximiano reclama das exigências e do processo posto pelo Conselho Estadual de Educação paulista.

O curso possuía 26% da carga para atividades didático-pedagógica­s. Para chegar aos 30% exigidos, mudou diversas matérias. As eletivas de química (8,8% do currículo antigo) e história da ciência (2%), por exemplo, desaparece­ram. Subiram as didáticope­dagógicas e optativas. Folha - Como foi se adaptar?

Flavio Maximiano - Foram mudanças importante­s. E nosso curso nem estava tão longe, já tínhamos 26%. Outros cursos estão sofrendo mais. As mudanças são positivas?

O conselho não nos ouviu, desconside­rou quem acumula conhecimen­tos na área. Por que 30% e não outro percentual? Não sabemos. Não nego a importânci­a da formação pedagógica, mas, no nosso caso, tivemos de diminuir a carga de química. Um professor de química tem de ter bom conhecimen­to de química para ensinar. Deixar o curso mais prático não é positivo?

É. Mas muitos entram querendo trabalhar na indústria, não em escola. Se não for dada essa possibilid­ade, eles nem prestam.

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