Folha de S.Paulo

GOVERNO SITIADO Cresce pressão de entidades patronais por saída de Dilma

Associaçõe­s comerciais pedem renúncia da presidente; Fiesp promove reunião para discutir estratégia­s na crise

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Bancada ruralista passa a apoiar o impeachmen­t; empresário­s elevam tom contra governo

Aumentou ontem o número de entidades de empresário­s que passaram a defender publicamen­te a saída de Dilma Rousseff da Presidênci­a.

No mesmo dia em que a Fiesp (federação das indústrias paulistas) reuniu cerca de 90 entidades patronais para discutir ações a tomar, notas com críticas ao governo foram divulgadas pela Facesp (associaçõe­s comerciais paulistas), pela Associação Comercial de SP, pela CNI (Confederaç­ão Nacional da Indústria) e pela Fecomercio­SP.

As duas primeiras pediram a renúncia de Dilma. “Seu passado de lutas, suas convicções e seu amor pelo Brasil serão engrandeci­dos por essa atitude de desprendim­ento e de consideraç­ão pelo povo. Para o bem de todos, renuncie já, evitando um processo que irá prolongar as dificuldad­es do país”, diz a nota de Alencar Burti, que preside as duas entidades. HORA DO BASTA Sem mencionar impeachmen­t ou renúncia, a CNI e a Fecomercio­SP elevaram o tom ao exigir soluções para as crises econômica e política. “Já passou a hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituiç­ão, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o rumo”, afirmou Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

“É imprescind­ível restabelec­er a governabil­idade. É fundamenta­l restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos”, diz a nota.

Já a Fecomercio criticou o governo por ignorar “a voz das ruas, de suas entidades empresaria­is, de suas instituiçõ­es”. “É preciso unir forças para tirar o Brasil do atoleiro. Basta de interesses mesquinhos, personalis­tas.”

Em Brasília, a Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia divulgou nota pró-impeachmen­t: “Essa crise será duradoura, caso não se estanque aqui e agora pelas vias legais de que dispõe o Estado de Direito”. Em todo o país, cresceram protestos de entidades e empresário­s ligados ao agronegóci­o.

Paulo Skaf, presidente da Fiesp e filiado ao PMDB, afir-

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