Folha de S.Paulo

No Japão, ataque a faca em centro para deficiente­s deixa 19 mortos

Autor do ataque feriu outros 25 pacientes de centro de assistênci­a a pessoas com deficiênci­a antes de se entregar

- Mundo A11

Ao menos 19 pessoas morreram e 25 ficaram feridas após serem esfaqueada­s por um homem que invadiu um centro de assistênci­a a pessoas com deficiênci­a em Sagamihara, localizada a menos de 50 km de Tóquio, no Japão.

Ex-funcionári­o do local, ele se entregou à polícia depois do ataque. A motivação é desconheci­da.

Segundo a polícia, ele era um ex-funcionári­o do local; ação é uma das mais mortais desde fim da 2ª Guerra no país

Pelo menos 19 pessoas morreram e 25 ficaram feridas depois de serem esfaqueada­s por um homem que invadiu um centro de assistênci­a a pessoas com deficiênci­a em Sagamihara, no Japão, na madrugada desta terça-feira (26).

Segundo o canal de TV japonês NHK, a polícia afirma que o autor entrou no local às 2h10 locais (14h10 de segunda em Brasília), quebrando uma das janelas do primeiro andar. Ele levou menos de meia hora para atingir com uma faca 44 dos 160 pacientes que dormiam no estabeleci­mento.

Durante o ataque ele usava roupas pretas e estava com o cabelo loiro. Depois de sair do centro de assistênci­a, ele se entregou em um posto de polícia a 2 km do local do ataque, às 3h locais (15h de segunda em Brasília).

Ele foi identifica­do como Satoshi Uematsu, 26, e havia trabalhado recentemen­te no local atacado. A faca usada para matar os pacientes do centro e outras armas brancas foram encontrada­s em uma bolsa no carro do autor.

Uematsu está em prisão preventiva, sob as acusações de homicídio, lesão corporal seguida de morte e invasão de propriedad­e. A motivação para o ataque, no entanto, continuava desconheci­da até a conclusão desta edição.

O jornal local “Asahi Shimbun” informava, citando a polícia local, que o autor disse ao se entregar que queria se livrar de “de todos os aleijados do mundo”.

A declaração, porém, não havia sido confirmada oficialmen­te pelas autoridade­s até a conclusão desta edição.

O centro estatal Tsukui Yamayuri-en, atacado por Uematsu, oferece quartos e serviços de atendiment­o diário para pessoas com deficiênci­a e é dotado de instalaçõe­s como piscina, academia e uma clínica em um espaço de 30 mil metros quadrados.

No início da manhã, as autoridade­s retiraram os corpos das pessoas mortas e tratavam os feridos em uma tenda colocada no jardim do centro de assistênci­a, enquanto os mais graves eram levados aos hospitais mais próximos.

Os parentes dos pacientes reclamaram da demora do centro para avisá-los. “Estou muito preocupado e eles não me deixam entrar”, disse o pai de um dos assistidos. VIOLÊNCIA xou o maior número de mor- tos no Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando adotou a Constituiç­ão pacifista.

O último grande ataque com armas brancas conhecido foi registrado em 2001, quando o ex-inspetor de uma escola invadiu o estabeleci­mento e matou oito crianças esfaqueada­s.

Sete anos depois, um homem usou um caminhão para atropelar uma multidão no bairro de Akihabara, em Tóquio, deixando oito mortos e dez feridos. Em 2010, um homem matou 16 pessoas em um incêndio criminoso contra um cinema pornô em Osaka.

A ação desta terça também supera em número de mortos o ataque com gás sarin feito ao metrô de Tóquio, em 20 de março de 1995, que deixou 12 mortos, 50 feridos graves e mais de 5.000 pessoas com ferimentos leves.

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Kyodo/Associated Press Ambulância deixa centro para pessoas com deficiênci­a atacado em Sagamihara, no Japão

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