Presidente ‘não ouviu’ pedido de aperto de mãos de Merkel, diz Casa Branca
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O porta-voz da Casa Branca negou que o presidente Donald Trump tenha se recusado deliberadamente a apertar a mão de Angela Merkel diante das câmeras na sextafeira (17), durante um encontro em Washington.
“Acho que ele não ouviu a pergunta” da chanceler alemã, declarou Sean Spicer neste domingo (19) ao site da revista alemã “Der Spiegel”.
Na sexta, quando os líderes estavam sentados no Salão Oval da Casa Branca, Merkel propôs a Trump, a pedido dos fotógrafos, um aperto de mãos, mas o americano não respondeu à solicitação.
O fato de o presidente dos Estados Unidos não ter ouvido ou ter ignorado a proposta de Angela Merkel foi considerado pela mídia alemã como sintomático da atmosfera geral do encontro, durante o qual apareceram de forma clara divergências entre os dois sobre imigração, comércio e gastos militares da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
O jornal “Bild” escreveu que é “improvável” que Trump não tenha ouvido o pedido da chanceler, sentada ao lado dele, e destacou que durante a reunião o americano não dirigiu seu olhar a ela. OTAN Também neste domingo, a Alemanha negou as acusações de Trump sobre uma suposta dívida com a aliança militar ocidental devido a gastos militares insuficientes.
“Não existe uma conta onde são registradas dívidas na Otan”, afirmou a ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, em comunicado.
A ministra acrescentou que os gastos não devem ser o único critério para medir os esforços militares da Alemanha.
No sábado (18), Trump afirmou que a Alemanha “deve vastas somas de dinheiro à Otan e os Estados Unidos deveriam ser pagos pela poderosa e cara defesa que proporciona à Alemanha”.
Na reunião, Merkel reafirmou que seu país respeitará o compromisso fechado na Otan em 2014, que prevê que países-membros aumentem seus gastos militares a 2% do PIB em um prazo de dez anos. A Alemanha contribui atualmente com 1,2%.
Neste domingo, a ministra da Defesa afirmou que o prometido aumento dos gastos militares não envolve só a Otan. “Querer vincular os 2% apenas com a Otan é errado.”
Os gastos militares também estão destinados “às nossas missões de paz no âmbito da ONU, às nossas missões europeias e à contribuição na luta contra o Estado Islâmico.”
Não vai A “Forbes” não está convencida. Kenneth Rapoza, que cobre emergentes, diz que a expectativa de crescimento, que era de 1% neste ano, caiu para 0,7%. “E mesmo isso se deve mais à demanda maior de China, seu grande mercado, Europa e EUA”. O desemprego de dois dígitos e o escândalo “atingindo um terço do Congresso prometem colocar as reformas em espera”.
‘Mega-Martin’ Nos EUA, a visita de Angela Merkel rendeu títulos irônicos como “Líder do mundo livre encontra Trump”, no “Politico”. Na Alemanha, jornais como “Süddeutsche Zeitung” e “Die Zeit” passaram o fim de semana atentos não a Merkel, mas Martin Schulz, o candidato social-democrata que surge como inusitado favorito nas eleições de setem bro. Portador de “velhos temas social-democratas”, é comparado a Willy Brandt (1913-92).
Trump vs. FMI O governo americano, que vetou a defesa de livre comércio no comunicado final do G20, indicou para subsecretário do Tesouro um economista que há 20 anos ataca organizações como o FMI, avisa o “NYT”. Seu tema recorrente é criticar a burocracia “ansiosa por resgatar governos gastadores que batem à porta, seja Brasil ou Grécia”. A coluna é publicada às segundas, quartas e sextas