Folha de S.Paulo

O Itamaraty iniciou um processo para reduzir o número de diplomatas nos chamados

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postos A, que são os mais cobiçados e de maior custo, caso de embaixadas e consulados em Nova York, Londres e Paris.

Uma circular foi enviada nesta segunda (27) aos postos onde há número considerad­o suficiente ou excessivo de diplomatas. Na mensagem, o ministério pede que sejam detalhadas as funções de cada integrante do posto. A partir disso, o Itamaraty decidirá onde cortar.

Segundo o ministério, há sobra de diplomatas nos postos mais “nobres”, enquanto faltam quadros para preencher vagas em postos D, considerad­os os mais difíceis, como por exemplo a Embaixada do Brasil em Freetown, capital de Serra Leoa (África), Bagdá, no Iraque, ou Pyongyang, na Coreia do Norte.

Logo que assumiu, o então ministro das Relações Exteri- ores, José Serra, encomendou um estudo para analisar o custo e a utilidade dos postos diplomátic­os abertos nos governos Lula (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) para, eventualme­nte, pedir o fechamento de alguns deles.

O alvo eram embaixadas e consulados abertos na África e no Caribe nos últimos anos.

A abertura de embaixadas e postos em países pobres, principalm­ente da África e Caribe, foi marca do governo Lula, que abriu 17 embaixadas e fez inúmeras viagens a países africanos.

Mas fechar embaixadas gera grandes despesas por causa de ações trabalhist­as de funcionári­os e rompimento­s de contratos, além de ter custo político. O plano de fechar postos está em banho-maria, segundo apurou a Folha. Reduzir o número de diplomatas em postos A seria uma outra forma de reduzir custos do ministério.

Segundo a pasta, porém, o objetivo da redução do número de diplomatas em postos A não é cortar custos, mas sim reequilibr­ar o número de diplomatas no Brasil e no exterior. Há um deficit de 70 diplomatas para funções em Brasília e uma falta crônica em postos D.

Pelas regras atuais, se um diplomata serviu três anos em um posto A, como Madri, e mais três anos em um posto B, como Liubliana (capital da Eslovênia), ele pode se

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