Folha de S.Paulo

Série conta história conturbada de uma milionária fashion

Sophia Amoruso, que inspirou ‘Girlboss’, catou comida no lixo antes de enriquecer com site de roupas usadas

- RODRIGO SALEM

Primeira temporada de programa que transita entre ficção e realidade vai ao ar na Netflix nesta sexta-feira (21) FOLHA,

Agora que “Girls” chegou ao fim, uma nova série entra na disputa ao posto de queridinha do público feminino.

Assim como a criação de Lena Dunham, “Girlboss” transita entre a ficção e a realidade de uma garota em uma grande cidade, deseja conversar com um público mais jovem e não esconde sua vocação fashion.

Os 13 episódios estão disponívei­s a partir desta sexta (21), na Netflix, e contam a história da empresária Sophia Amoruso, que, aos 22 anos, criou uma loja on-line de roupas usadas para pagar o aluguel e terminou à frente de um negócio milionário.

“Não é uma reconstitu­ição histórica, apenas cuidei de detalhes do guarda-roupa”, diz a executiva à Folha .“A série segue um arco da minha carreira que foi difícil, mas é um mundo próprio, repleto de personagen­s que não são necessaria­mente baseados em amigos reais meus. Até minha mãe é diferente.”

Amoruso talvez tente se distanciar de uma época em se jogava em caçambas de lixo para poder comer, roubava lojas em San Francisco e tratava as pessoas próximas da pior maneira possível — tudo relatado na sua autobi- ografia homônima, de 2014.

“Sophia é uma fonte incrível, e o programa é sobre sua jornada, não só sua carreira, mas seus relacionam­entos e sua vida”, diz a produtora Kay Cannon (“New Girl”). “Não poderia fazer uma série sobre uma garota vendendo roupas no eBay. Precisei tomar liberdades criativas.”

A atriz Britt Robertson (“Tomorrowla­nd”), que encarna Amoruso na ficção, não tem a ousadia exploratór­ia de Dunham em “Girls”. Isso deixa “Girlboss” mais palatável para adolescent­es, porém menos surpreende­nte.

“Procuro acumular o máximo de informaçõe­s que posso, então deixo para trás e recrio a personagem. Busco entender Sophia e deixá-la fluir por mim”, explica Robertson, que acredita na longevidad­e da série. “Pode ser infinita. Sophia está viva.”

A série ainda não tem outra temporada confirmada, mas Cannon tem planos traçados para os próximos anos.

“Sempre quis terminar o primeiro com o lançamento do site Nasty Gal”, revela a produtora citando a empresa on-line fashionist­a criada por Amoruso, que garimpava roupas antigas baratas e as revendia num site de leilões por preços bem mais altos.

“A segunda temporada seria sobre Sophia sendo a chefe de seus amigos, o que nem sempre funciona.”

Em 2012, a Nasty Gal virou uma companhia estimada em US$ 280 milhões, catapultan­do a empresária para a lista de jovens mais ricas dos EUA.

Em novembro passado, porém, a empresa pediu falência, e Amoruso renunciou ao seu posto de presidente. “Temos de ter a oportunida­de de dar com a cara no chão, de falhar horrivelme­nte. Temos de ter sucessos e fracassos”, finaliza a atriz Charlize Theron, também coprodutor­a da série. “Adoro que as garotas possam ver isso numa série.”

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Divulgação A atriz norte-americana Britt Robertson interpreta a empresária Sophia Amoruso
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