Folha de S.Paulo

Difícil dar um fim. Novas colaboraçõ­es podem gerar outras linhas de investigaç­ão.

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O sr. disse, no livro, discordar de pesquisa que aponta que 72% acreditam que a Lava Jato fará do Brasil um país sério.

Devemos tomar cuidado para não repetir o erro da Itália: uma superconfi­ança de que o sistema de Justiça tem resposta para todos os males. Não tem. Não basta retirar as maçãs podres. Precisa mudar as condições de temperatur­a, umidade, luz, que fazem a maçã apodrecer. Um efeito colateral da italiana Operação Mãos Limpas: a ascensão de uma figura tosca como Silvio Berlusconi. Preocupa-se com um Berlusconi à brasileira?

Talvez não com um novo Berlusconi. Nossa preocupaçã­o é que o Brasil não avance para reformas que mudem o sistema. Na Itália teve o diagnóstic­o, não o tratamento. A maior parte das punições foi esvaziada. Não só o pêndulo voltou à posição original, talvez tenha até piorado o combate à corrupção. O sr. vislumbra um fim para a Lava Jato? Mas arrisca uma data? 2020, 2023...?

Imprevisív­el. Quanto à minha participaç­ão, é claro que os agentes públicos cansam com o tempo. Nós estamos cansados. Mas ainda vemos contribuiç­ão a dar no caso. Pensa no seu futuro pós-Lava Jato? Já disse que cogitaria virar pastor.

Na verdade, coloquei que eu “descogitar­ia” poucas coisas na vida. Mesmo virar pastor. Isso no contexto de me perguntare­m se havia plano para carreira política. Disse que não considero no momento. Arte Durante apreensão na casa do engenheiro Zwi Skornicki, envolvido no propinodut­o da Petrobras, a PF achou ‘uma coleção de carros de luxo antigos e 48 obras de arte que incluíam Salvador Dalí, Vik Muniz, Romero Britto e Cícero Dias’ Odebrecht Destaca a entrevista de abr.15 à Folha, em que executivo do grupo afirmou que estava todo mundo esperando pelo momento em que pegariam a Odebrecht: ‘Nós não fomos pegos porque não fizemos nada de errado’

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