Folha de S.Paulo

Biógrafo de Guimarães Rosa quer indenizaçã­o

Hoje faz 10 anos que biografia de Roberto Carlos foi impedida de ser republicad­a

- IVAN FINOTTI

Nove anos após ter seu “Sinfonia de Minas Gerais – A Vida e a Literatura de João Guimarães Rosa” recolhido das livrarias, o autor Alaor Barbosa entrou com uma ação de reparação de R$ 315 mil em Brasília contra a editora Nova Fronteira e a herdeira do biografado.

O autor havia sido acusado de plagiar 103 trechos da obra “Relembrame­ntos”, de Vilma Guimarães Rosa, filha de João Guimarães Rosa. Além disso, “Sinfonia de Minas Gerais” não teve autorizaçã­o da família (na ocasião, a interpreta­ção da lei dizia que isso era necessário) e a ação inicial dizia que a biografia era “cheia de equívocos e abusos”.

Tudo isso foi derrubado pela justiça carioca em 2013, quando liberou a obra. Agora, Barbosa pede R$ 25 mil de danos materiais (R$ 10 mil por direitos autorais que teria recebido com a venda da edição recolhida e R$ 15 mil gastos com advogados) mais R$ 290 mil de danos morais.

A Nova Fronteira, que hoje faz parte do grupo Ediouro, não quis se pronunciar. Já Vilma Guimarães Rosa, 85, espera que a editora assuma essa disputa. “Eu nunca quis processar o biógrafo”, diz ela. “Na época, o diretor da Nova Fronteira resolveu processar e pediu que assinasse também para a ação ganhar mais força.”

Vilma conta que, há um mês, pagou entre R$ 140 mil e R$ 150 mil para finalizar um outro processo de danos morais que Alaor Barbosa moveu contra ela na justiça goiana. “Rezo todos os dias uma Salve Rainha para Nossa Senhora Desatadora de Nós para desatar os meus nós. E ela está desatando. Desatou esse processo. Agora, quanto a esse novo, tenho certeza que a editora vai me proteger.” ROBERTO CARLOS Nesta quinta (27) faz 10 anos que Paulo Cesar de Araújo, Roberto Carlos e a editora Planeta assinaram um acordo que previa: a) a não reedição de “Roberto Carlos em Detalhes”, de Paulo Cesar de Araújo; b) o não pagamento de multa de R$ 3 milhões pela editora Planeta; c) a entrega de 11 mil exemplares em estoque do livro para o cantor.

Paulo Cesar de Araújo não está satisfeito com isso. Então ele: a) está escrevendo um terceiro livro sobre o cantor, usando suas canções como ponto de partida, após a obra proibida e “O Réu e o Rei”; b) vai tentar anular aquele acordo que assinou em 27/4/2007 por considerar que houve erro de interpreta­ção judiciária; c) quer republicar “Roberto Carlos em Detalhes” por outra editora.

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