Folha de S.Paulo

GOVERNO ENCURRALAD­O Bolsa desaba e dúvidas sobre Temer sacodem mercados

Mercado acionário interrompe­u negócios para conter queda do Ibovespa, que chegou a afundar mais de 10%

- DANIELLE BRANT

Banco Central fez novas intervençõ­es no mercado de câmbio para tentar conter a alta do dólar nesta quinta

A crise que atingiu o presidente Michel Temer e criou incertezas sobre o futuro das reformas trabalhist­a e da Previdênci­a fez a Bolsa brasileira desabar e registrar nesta quinta-feira (18) o seu quinto pior pregão neste século.

O mercado chegou a esboçar uma reação durante a tarde, após a divulgação de notícias sobre a possibilid­ade de o presidente Michel Temer renunciar, mas a trégua durou menos de uma hora.

Pouco depois, o pronunciam­ento em que Temer declarou que não renunciari­a, que durou cinco minutos, aumentou a inquietaçã­o dos investidor­es e fez as ações caírem.

“O mercado esperava uma renúncia que não veio ou um posicionam­ento mais contundent­e do presidente. Ele ficou nesse discurso de teoria da conspiraçã­o. Foi um comunicado frágil e vago para o que o mercado esperava”, disse Álvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais, do banco Modal.

Para Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central e economista-chefe do UBS no Brasil, a questão a ser resolvida é quando a atual crise política terá um desfecho. “O cenário mais benigno, em nossa visão, envolveria uma rápida e definitiva rejeição das acusações”, escreveu em relatório.

“Um cenário menos amigável para o mercado envolveria a renúncia do presidente, seguida pela escolha de um presidente temporário que manteria a atual equipe econômica e tentaria relançar os esforços em prol das pediu explicaçõe­s à JBS sobre notícias de que a empresa teria comprado dólar na quarta (17), no que poderia configurar uso de informação privilegia­da. No mesmodia,vieramapúb­lico as gravações de Joesley.

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