Irã vai às urnas hoje; presidente reformista é favorito
Hasan Rowhani usa acordo nuclear como bandeira; clérigo conservador é principal adversário na disputa
Populista, Ibrahim Raisi tem organização de caridade, critica acordo e é preferido pelo líder supremo
Nesta semana, deixaram a disputa o prefeito conservador de Teerã, Mohammad Ghalibaf, para apoiar Raisi, e o primeiro vice-presidente, o moderado Eshaq Jahangiri, para favorecer Rowhani.
Pesquisas na última semana mostram Rowhani com 35% das intenções de voto, seguido por Raisi (18%). Mas 42% dos iranianos ainda diziam não ter decidido o voto. Se ninguém atingir 50%, haverá segundo turno dia 26 com os dois mais votados.
O ministro do Interior, Abdolreza Rahmani-Fazli, afirmou nesta semana que considera pouco provável um segundo turno já que dois candidatos desistiram para fortalecer os principais nomes.
Ele informou ainda que os resultados serão divulgados de uma vez só, sem parciais, mas não previu prazos.
Além do acordo nuclear, a eleição deve ter impactos em uma eventual sucessão do aiatolá Khamenei, 77. Em 2014, ao ser submetido a uma cirurgia na próstata, o líder supremo atraiu preocupações.
Raisi foi considerado no ano passado como um do nomes para suceder Khamenei após a morte do aiotalá.
Apesar de não caber ao presidente a escolha do novo líder (quem escolhe são os 86 clérigos eleitos que compõem a Assembleia dos Especialistas), analistas avaliam que, caso eleito, Raisi se fortaleceria para pavimentar seu caminho rumo ao principal cargo da hierarquia iraniana. HASAN ROWHANI, 68 > Clérigo moderado do Partido da Moderação e Desenvolvimento > Candidato à reeleição, defende o acordo negociado por ele em 2015 com o Ocidente que levantou as sanções econômicas contra Teerã em troca do fim do programa nuclear iraniano COMO FUNCIONA O SISTEMA POLÍTICO DO IRÃ Esquema complexo envolve instituições eleitas e não eleitas 55 milhões de eleitores votam para o Parlamento, o presidente e a Assembleia dos Especialistas; hoje ocorre apenas a eleição presidencial IBRAHIM RAISI, 56 > Clérigo conservador do partido Sociedade do Clero Combativo, dirige uma das mais ricas organizações de caridade islâmicas > É crítico do acordo nuclear e adotou um tom populista na campanha, se autointitulando “candidato dos pobres” INSTITUIÇÕES ELEITAS