Caravana de brasileiros
Descendentes atende e faz exames no Líbano em mulheres com dificuldade de acesso ao sistema de saúde local
O projeto Moça Bonita se dedica ao combate ao câncer entre as mulheres de 20 a 50 anos em regiões de pouco acesso à saúde pública.
“Alguns tumores são mais agressivos nessa faixa de idade, como o câncer de mama. Outros são mais comuns entre essas mulheres mais jovens, como os linfomas”, afirma Muhieddine.
Além de esclarecimentos sobre a saúde, o grupo brasileiro, em parceria com colegas libaneses, oferecia um tratamento inicial às mulheres. Em muitos casos, eles pediram exames, também custeados pelo projeto, e encaminharam pacientes a médicos da capital Beirute.
Além de Muhieddine, participaram da caravana pelo Líbano, de modo voluntário, o cirurgião plástico Romeu Fadul, o cirurgião de cabeça e pescoço Roberto Elias Villela Miguel e o dentista Luis Marcelo Seneda.
Também integram o projeto a jornalista Lu Braga e a advogada Aieda Muhieddine.
O grupo passou por cidades como Jounieh, próxima de Beirute, e Bint Jbeil, situada ao sul do país.
Ao longo desse percurso, diz Muhieddine, alguns sinais preocupantes apareceram com frequência, como nódulos nas mamas e na tireoide, e DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) em estado avançado.
O Líbano tem uma das mais altas incidências de câncer de mama no mundo. São 68 novos casos a cada 100 mil mulheres por ano. Considerando o mesmo período e a mesma amostragem, o Brasil registra 30 novos casos.
Brasileira como Zanubia, Lamia Abou Arabe, 42, no Líbano há duas décadas, diz que o país não organiza campanhas contra o câncer de mama. Segundo ela, mãe de seis filhos, os hospitais públicos só oferecem alguns exames uma vez por ano.
Lamia saiu da consulta com os médicos brasileiros com o pedido para realizar uma mamografia. NAIEF HADDAD