Folha de S.Paulo

Espaços na Alemanha exibem primeiros modelos da Mercedes-Benz e evolução de esportivos da Porsche

- JAME SCHEIMBART

Quando desembarqu­ei do S-Bahn (metrô de superfície) na estação Neckarpark, em Stuttgart, na Alemanha, a caminho do Museu da Mercedes-Benz, encontrei uma turma de alunos de segundo grau de Idaho que resumiram muito bem os dois museus automobilí­sticos que haviam acabado de visitar.

“O da Mercedes tem mais detalhes e mais história”, disse um deles. O da Porsche era mais sobre o legado esportivo da companhia. E é isso.

O museu da Mercedes oferece um passeio cativante pelo local de nascimento do automóvel, com um nível de detalhamen­to histórico que deslumbra qualquer entusiasta. Essa é uma primazia histórica à qual a empresa tem direito, porque um de seus fundadores, Karl Benz, costuma ser descrito como criador do primeiro carro, e o outro fundador do grupo, Gottlieb Daimler, não fica muito atrás.

Mas, antes que eu entrasse no museu, parei para admirar o edifício. É um projeto em forma de dupla espiral criado pelo UNStudio, da Holanda, e parece uma joia redonda pousada no meio da rua Mercedes. O museu foi inaugurado em 2006.

O edifício oferece uma caminhada circular, de andar em andar, pela história da Mercedes, com nove pavimentos e 16 mil metros quadrados de espaço de exposição. A linha do tempo começa no piso mais alto. Lá encontrei uma reprodução do primeiro carro de Benz, e ao lado dela o primeiro carro construído por Daimler, preservado para o museu.

Na verdade, fui recebido por um cavalo, por sorte uma reprodução, ao iniciar minha caminhada pela era do automóvel —uma época em que 1 HP (cavalo-vapor) queria dizer literalmen­te isso.

Em poucos anos, os carros começaram a ter mais cara de carros do que de carroças a cavalo —um exemplo é o mais antigo modelo com a marca Mercedes que o museu abriga, um carro fabricado em 1902, com motor de 40 HP.

Uma visita ao museu pode ser estafante, pois há muita história a absorver, carros lindos a admirar, como o 300SL Coupe, de 1955, conhecido como “asa de gaivota”.

O visitante descobrirá tam- bém que Mercedes era o nome da filha de um cliente importante, Mercédès Jellinek, e que a estrela de três pontas que serve de logotipo à marca simboliza terra, fogo e ar.

A cerca de 11 quilômetro­s do da Mercedes, o museu da Porsche, erigido sobre três colunas em forma de V, é uma construção impression­ante que parece flutuar sobre o solo. Foi inaugurado em 2009.

Representa­ntes posicionad­os no saguão permitem que você dirija, por exemplo, um Porsche 911, ao preço de US$ 165 (R$ 513) por hora, mas é necessário deixar um depósito de US$ 3.000 (R$ 9.330).

O museu é menos complexo que o da Mercedes. Há apenas um piso e um mezanino, com 5.400 metros quadrados de área.

É possível acompanhar o desenvolvi­mento dos modelos da Porsche, do design que terminou sendo selecionad­o para o Fusca, cujo projetista inicial foi Ferdinand Porsche, o fundador da empresa, ao carro que veio a definir a montadora, o 911.

E para diversão, há uma área na qual o visitante pode apertar botões e ouvir os motores de diversos carros, como o Panamera GTS.

Também impression­ante é a estante que exibe dezenas de troféus, parte das 30 mil vitórias da companhia no automobili­smo esportivo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil