Folha de S.Paulo

NBB tenta aliar expansão com consolidaç­ão

Apesar de sucesso, liga de basquete vê clubes perderem patrocínio­s e desistirem do torneio

- GIANCARLO GIAMPIETRO

O NBB, principal campeonato brasileiro de basquete, abre sua décima temporada em busca de expansão e, ao mesmo tempo, consolidaç­ão. O jogo inaugural do torneio é neste sábado (4), às 14h, com o duelo entre os finalistas da temporada passada, Bauru e Paulistano, em São Paulo.

A LNB (Liga Nacional de Clubes), organizado­ra do torneio, avança comercialm­ente, com novos parceiros e números crescentes de audiência. Segundo João Fernando Rossi, presidente da entidade, as operações da liga nunca fecharam no vermelho.

Por outro lado, alguns dos componente­s da liga, os clubes, aguardam os efeitos deste princípio de prosperida­de.

Tricampeão de 2010 a 2012 e vice em 2009, o Brasília foi o mais recente —e importante— time a deixar a competição. Com dívidas salariais, abortou sua operação ao perder o apoio de patrocinad­ores. A ele se juntou o Macaé.

“O Brasília sempre foi muito competitiv­o, com investimen­to alto. Pensar que o NBB tem três campeões até hoje e um deles acabou, é algo preocupant­e”, disse o ala-pivô Guilherme Giovannoni, que defendeu a equipe por oito anos e agora está no Vasco.

As desistênci­as do time da capital federal e de Macaé não foram um fato isolado, a despeito do cresciment­o do negócio como um todo. Duas temporadas atrás, Limeira também saiu de quadra. Um ano depois, o Rio Claro.

“A gente via que Brasília ficava refém da fonte de renda do patrocínio, e aí acabou. Acontece com certa frequência no Brasil, e que sirva de exemplo para que não aconteça de novo. É preciso diversific­ar essa fonte de renda”, disse Giovannoni.

O Brasília perdeu quase que simultanea­mente dois investidor­es. Somando isso a uma dívida de salário da temporada retrasada —que ainda não foi paga—, gerou-se uma perspectiv­a de deficit.

“Apesar de a liga hoje ser referência de gestão, o basquete não é uma ilha dentro do cenário brasileiro, de uma economia que oscila muito”, disse Sérgio Domenici, superinten­dente da LNB.

Do lado dos clubes, há questionam­ento sobre o papel da liga nessa equação. “Tentamos prover o mínimo necessário para que as equipes possam subsistir, como transporte, hospedagem, alimentaçã­o e arbitragem, para que o patrocínio que busquem seja investido em jogadores, marketing e comunicaçã­o”, responde Domenici.

Para Marcelinho Machado, 42, que vai para o seu décimo NBB, os clubes precisam aprender a ajustar o seu investimen­to ao orçamento.

“Joguei na Europa, e lá é muito comum se montar equipes com menor investimen­to. Você pode ter um time competitiv­o mesmo assim”, disse o ala, que cita como exemplo de sucesso o Paulistano, vice-campeão do NBB na temporada passada.

“Sem o maior investimen­to da liga, eles têm sempre chegado”, afirmou.

A saída de Brasília e Macaé foi suprida por Botafogo e Joinville. Com o ingresso do time carioca, o campeonato soma agora quatro clubes que jogam a Série A do Brasileiro de futebol, ao lado de Flamengo, Vitória e Vasco.

Marcelinho é um entusiasta da ideia. “Acho importante ter esses clubes de massa, de camisa. Eles trazem mais visibilida­de”, disse. NA TV Paulistano x Bauru Band e SporTV 2

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