Folha de S.Paulo

Versatilid­ade foi determinan­te para compra de embarcação, afirma almirante

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DE SÃO PAULO

O comando da Marinha teve de tomar decisões corajosas, como aposentar o portaaviõe­s São Paulo. Era o maior navio da esquadra e foi fundamenta­l para a Marinha voltar a operar aviões comuns —em contraste com helicópter­os.

Mas reformar e modernizar o São Paulo, que tem mais de meio século, custaria uma fortuna. Por sorte, veio da França uma solução: o Bahia, navio anfíbio capaz de operar helicópter­os e embarcaçõe­s de desembarqu­e, transporta­r fuzileiros navais, além de ter um hospital a bordo.

Acima de tudo, de acordo com o comandante da Marinha, almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o Bahia é “multipropó­sito”: serve para a guerra e para missões humanitári­as. Um navio britânico ainda mais capaz foi avaliado pela Marinha, segundo ele. Resta saber se haverá verba para mais uma “compra de ocasião”. (RBN) Folha - O Navio Doca Multipropó­sito Bahia é hoje o mais importante meio naval da Marinha. Qual foi o motivo de ter sido selecionad­o?

Eduardo Bacellar Leal Ferreira - O NDM Bahia é um dos mais importante­s da esquadra brasileira. Embora planejado para operações de alta intensidad­e, é indicado para as de baixa intensidad­e, como missões de caráter humanitári­o e auxílio a desastres. Isso foi prepondera­nte para a decisão em transferi-lo para o Brasil.

A incorporaç­ão contribui para que a Marinha amplie a capacidade de operações anfíbias, de comando e controle

Por suas caracterís­ticas, o submarino é o principal meio naval para essa negação do uso do mar, o que explica a prioridade ao Prosub (Programa de Desenvolvi­mento de Submarinos), que prevê a construção de quatro submarinos convencion­ais e um de propulsão nuclear. é produzir corvetas da classe Tamandaré. Entretanto, o Prosuper continua sendo um objetivo da Marinha, que aguarda as condições orçamentár­ias se tornarem favoráveis para poder implementá-lo.

No portfólio estratégic­o, isso é parte da Construção do Núcleo do Poder Naval, a segunda prioridade da Marinha —sendo a primeira o Prosub.

Nesse contexto, está em execução um projeto para construir quatro navios-escolta, com significat­ivo poder combatente e grande versatilid­ade.

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