Folha de S.Paulo

Reta final pode fazer Elano ser técnico do Santos em 2018

Plano era que auxiliar tirasse licença da CBF no próximo ano, mas campanha nas últimas rodadas do Brasileiro deve mudar tudo

- ALEX SABINO

O caminho de Elano no Santos estava traçado. Em 2017, ele seria auxiliar de Levir Culpi. Continuari­a na comissão técnica em 2018 e estudaria para tirar as licenças de técnico. No ano seguinte, seria o técnico da equipe.

Era esse o plano do presidente Modesto Roma Júnior, que tenta a reeleição no pleito do próximo mês.

Mas aliados do dirigente já o questionar­am: e se o Santos for campeão brasileiro sob o comando do interino, alçado ao cargo após a demissão de Levir? O presidente respondeu que, neste caso, não teria como preterir Elano.

“Queremos que 2018 seja um ano de aprendizad­o para ele. Vai continuar no clube”, diz Roma Júnior.

A licença para quem quiser trabalhar como técnico no Brasil será obrigatóri­a a partir da temporada 2019.

No primeiro jogo após a demissão de Levir Culpi, o Santos venceu o Atlético-MG por 3 a 1. Está a seis pontos do líder Corinthian­s a seis rodadas do fim do campeonato.

No Brasileiro, Elano tem 100% de aproveitam­ento. Havia dirigido o time duas vezes após a queda de Dorival Júnior e obteve seis pontos: venceu Botafogo e Atlético-PR.

Como jogador, ele fez parte de dois títulos nacionais do Santos, em 2002 e 2004. Neste último, estava no elenco que virou a tabela contra o Atlético-PR. Assumiu a liderança na penúltima rodada e foi campeão.

Mas o time jamais conse- guiu reverter uma vantagem como a que o Corinthian­s tem a seis jogos para o final. Em 2004, estava dois pontos atrás do clube paranaense.

“O campeonato está aberto. Há um clima de amizade. Joguei com o Ricardo Oliveira, com o Renato... Isso me ajuda bastante”, avalia.

No curto prazo, a estratégia de Elano foi fazer um pacto de cumplicida­de com o elenco. Foi o que pediu a Lucas Lima, por exemplo, antes criticado pela torcida por falta de vontade. O treinador (que chegou a ser vaiado também quando era jogador do Santos), pediu empenho.

“O que você quiser fazer depois disso, é problema seu. Mas preciso que você jogue essas partidas”, pediu.

Isso não foge à fórmula de Levir Culpi, que também buscava conquistar o elenco. Mas Elano cortou o que a diretoria considerav­a excesso de folgas dadas pelo antecessor. Após cada partida, os atletas ficavam dois dias em casa.

Após a vitória sobre o Atlético-MG no sábado (4), o elenco teve apenas o domingo de descanso. Também deu chance a Rodrygo, 16, outra reivindica­ção de dirigentes e apontado como revelação das categorias de base.

De acordo com Modesto, Elano será o responsáve­l pelo planejamen­to da equipe em 2018, mesmo que não seja o técnico. O presidente está propenso a tentar fechar um acordo para que Robinho volte à Vila Belmiro e Elano pode ter papel importante de convencime­nto. Os dois atuaram juntos no Santos e na seleção brasileira.

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Ivan Storti - 4.nov.2017/Santos FC Elano comemora gol do Santos em vitória no Brasileiro

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