Folha de S.Paulo

Por que o Japão

- JUCA KFOURI COLUNAS DA SEMANA segunda: Juca Kfouri e PVC, quarta: Tostão, quinta: Juca Kfouri, sábado: Mariliz Pereira Jorge, domingo: Juca Kfouri, PVC e Tostão

DESDE QUE assumiu a seleção brasileira, Tite jogou 13 vezes contra seleções sul-americanas, ganhou 10, empatou 2 e perdeu apenas 1 vez, em amistoso contra os argentinos.

Fora do continente teve só uma experiênci­a, contra o tosco futebol australian­o, que foi devidament­e goleado.

O técnico tem razão em querer variar de cardápio, testar outros modos de jogar futebol, frequentar outras escolas.

Daí ser sugestivo o amistoso de desta sexta-feira (10), em Lille, na França, contra os japoneses.

Longe de ser do primeiro mundo do futebol e com nível aquém do esperado quando passou a investir forte no futebolnoc­omeçodosan­os1990,oJapão corre muito e não desiste nunca.

Até já pregou peças nos brasileiro­s e tem os ídolos certos, como Zico, que ainda jogou muito bem por lá e deixou também seu legado como treinador.

Em 14 jogos, os japoneses perderam dez dos brasileiro­s, mas venceram um, na Olimpíada de 1996, nos Estados Unidos, por 1 a 0.

E olhe que o time nacional era dirigido por Zagallo e tinha nada menos que Dida, Aldair, Roberto Carlos, Amaral, Zé Elias, Flávio Conceição, Rivaldo, Juninho Paulista, Bebeto, Sávio e Ronaldo.

Foi também no Japão que o futebol brasileiro ganhou seus quatro últimos títulos mundiais, com a seleção, em 2002, o São Paulo, em 2005, o Inter, em 2006 e com o Corinthian­s, em 2012.

Melhor ainda haverá de ser o amistoso contra a Inglaterra, no santuário de Wembley, na terça-feira (14) que vem.

Do sushi e do sashimi para o famoso fish and chips.

Não que o futebol inglês esteja no topo da Europa, ao contrário de seu campeonato, recheado de craques do mundo todo e de jogos sensaciona­is.

Ainda mais que seremos privados de ver e enfrentar o excepciona­l centroavan­te Harry Kane, do Tottenham, além de Sterling, do Manchester City de Pep Guardiola, ambos jogando o fino da bola.

Contra os ingleses, é óbvio, o confronto é muito mais equilibrad­o. Tanto que os empates prevalecem, são 11, com dez triunfos brasileiro­s e apenas quatro dos britânicos.

E jogar em Wembley é quase como uma pré-estreia de Copa do Mundo.

Não há em toda Rússia nada que se aproxime daquele palco, mesmo depois de reformado e também plastifica­do como tantas “arenas” pelo mundo afora.

Nem as célebres torres gêmeas se salvaram.

Quem conheceu o Old Wembley sabe que ao entrar nele sentia-se o cheiro da bola de capotão e das velhas chancas.

Mas essa é uma outra história que fica para uma outra vez. MARIN USA As cenas tristes que o Brasil está vendo com as idas e vindas de José Maria Marin na Corte de Brooklyn, em Nova York teriam sido poupadas se as autoridade­s brasileira­s tivessem tomado as medidas que pagamos para que tomem.

Pensar na subserviên­cia que tantas vezes testemunhe­i, por ter sido processado por Marin, do Ministério Público paulista em relação ao ex-governador de São Paulo nos tempos da ditadura, capaz até de condecorá-lo, desperta o sentimento de vergonha alheia, principalm­ente para quem, como eu, é filho de promotor da Justiça.

O Brasil poderia ter evitado tamanho vexame se não se curvasse diante de figura tão nefasta como o ex-presidente da CBF.

Tite cansou do tempero sul-americano e quer provar novos sabores. Peixe frio ou frito com batatas?

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil