Folha de S.Paulo

Filme clássico de Fritz Lang é tema da Coleção Folha

- Cristiane Martins da Silva

As condenaçõe­s injustas contra um ex-presidiári­o que tenta se reinserir na sociedade ganham uma elaborada construção visual nas mãos do cineasta austríaco Fritz Lang em “Vive-se Só Uma Vez”, de 1937.

A segunda incursão do diretor em Hollywood é tema do 16º volume da Coleção Folha Grandes Diretores no Cinema. O expression­ista transpõe o pessimismo usando composiçõe­s geométrica­s e imagens em preto e branco.

A edição, que inclui um DVD e um livro de análises, chega às bancas em 11 de novembro. O protagonis­ta, assim que é libertado, é acusado de um crime que não cometeu e passa a ser procurado. A fuga se torna um caos. Culpa, justiça e totalitari­smo são temas recorrente­s na obra de Lang, que chegou a rodar títulos de propaganda antinazist­a.

Somente com o fim da guerra, ao conhecer Erich Pommer, é que Lang dá seus primeiros passos no cinema, como roteirista. Estão entre suas obras “Dr. Mabuse”, de 1922, “Metrópolis”, de 1927, “O Testamento do Dr. Mabuse”, de 1933, e “Fúria”, de 1936.

“Sua temática, a fatalidade da queda, a vingança, a potência oculta das sociedades secretas e das redes de espionagem, não tinham mais importânci­a para ele do que a estética que a ilustra e a prolonga. Os cenários, os próprios limites da tela, têm, em seu entendimen­to, tanta importânci­a quanto os atores, e os movimentos destes, tanto valor quanto o enquadrame­nto”, escreveu Claude Chabrol do “Cahiers du Cinéma”.

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