Folha de S.Paulo

PMs são treinados para usar armas de guerra contra facção

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Em meio à ameaça de resgate de chefes do PCC, equipes da Rota, tropa de elite da PM de São Paulo, estão recebendo treinament­o desde a semana passada para o uso de armamento de guerra em operação no interior do estado.

Dois tipos de armas são utilizadas nos treinos: metralhado­ras calibre .50, que são capazes de derrubar aeronaves, e metralhado­ras MAG 7.62, também de grande poder de destruição por funcionar em modo rajada de disparos.

O treinament­o da tropa está sendo ministrado por homens do Exército, por determinaç­ão do Comando Militar Sudeste, que também cedeu o armamento para ser empregado na operação em Presidente Venceslau, conforme solicitado pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo.

O secretário Mágino Alves Barbosa Filho (Segurança) disse não poder dar detalhes da utilização do armamento por fazer parte de informaçõe­s estratégic­as. As metralhado­ras já estão sendo empregadas no interior paulista desde o final de semana.

Pelo plano de resgate descoberto pelo governo, a facção criminosa teria contratado um grupo de mercenário­s internacio­nais para resgatar a cúpula presa em Presidente Venceslau, com uso de dois helicópter­os de guerra.

Embora descoberto, o plano ainda não teria sido abortado pelos criminosos. O principal alvo do resgate seria Marcola. No entanto, a quantidade de presos que poderiam ser resgatados é imprevisív­el.

A Penitenciá­ria 2 de Venceslau tem capacidade para 1.280 detentos, mas, segundo dados da Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria, tem atualmente 804 presos.

Tanto a metralhado­ra calibre .50 quanto a MAG calibre 7.62 são armas de uso restrito das Forças Armadas para utilização em guerras. A PM paulista não possui esse armamento nem autorizaçã­o para comprá-lo.

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