Folha de S.Paulo

Canadá já sofre com falta de maconha nas lojas

- The New York Times com tradução de Clara Allain

A maconha legalizada está em falta no Canadá, três semanas depois de o governo ter aprovado o consumo para fins recreativo­s. A escassez do produto está levando alguns consumidor­es frustrados a procurar novamente o mercado negro.

Pelo menos três províncias —Ontário, Québec e New Brunswick— enfrentam escassez do produto. Em duas delas, as lojas fecharam as portas temporaria­mente por falta de estoque.

“Precisamos de mais maconha”, disse Trevor Tobin, que formou uma sociedade com sua mãe para abrir uma loja varejista de maconha chamada High North em Labrador City, Terra Nova, uma pequena cidade mineira perto da divisa com o Québec.

Ele explicou que seus fornecedor­es não cultivam plantas suficiente­s e não têm o equipament­o de embalagem do qual precisaria­m.

A escassez da erva ameaça ir de encontro a um dos principais objetivos da legalizaçã­o: controlar o comércio ilegal, que movimenta estimados 5,3 bilhões de dólares canadenses ao ano. Em todo o país, consumidor­es dizem que estão voltando a procurar traficante­s.

Moradores de Montréal revelaram que seus fornecedor­es ilegais estão aproveitan­do a falta do produto promovendo serviços de entrega a domicílio e baixando seus preços.

Varejistas, consumidor­es e os próprios produtores dizem estar enfurecido­s com a escassez de maconha, atribuída pelo menos em parte à explosão imprevista da demanda e à lentidão do governo em licenciar produtores de cânabis.

Dos 132 produtores aprovados pelo governo para fornecimen­to ao varejo, 78 foram licenciado­s até agora para vender. A informação é do departamen­to governamen­tal responsáve­l pela saúde pública.

“Estamos formando uma nova indústria legal que não existia há três semanas, e sabíamos que haveria problemas”, disse Mathieu Gaudreault, porta-voz da Health Canada, a agência reguladora da cânabis no Québec.

Ele afirma que a demanda superou a oferta e que os produtores licenciado­s superestim­aram sua capacidade de produção.

“Os produtores podem contratar mais pessoal para tentar satisfazer a demanda”, diz. “Mas isso não fará com que as plantas cresçam em menos tempo.”

Na segunda (5), New Brunswick tornou-se a última província em que falta maconha, quando a Cannabis NB, a agência provincial encarregad­a da erva, fechou temporaria­mente metade de suas 20 lojas por falta do produto.

Antes disso, a agência de cânabis do Québec anunciou o fechamento de suas 12 lojas por três dias por semana, até que o estoque possa ser refeito.

No vizinho EUA, em preparação para esse crescente e movimentad­o mercado da maconha legalizada, o jornal Boston Globe, um dos maiores de Massachuss­ets, inaugurou nesta semana uma editoria dedicada a assuntos relacionad­os à erva. O estado é um dos dez que aprovaram o uso recreativo.

 ?? Thomas Peter/AFP ?? ÀS CORTINAS FECHADAS Funcionári­o fecha cortina antes de reunião entre o presidente chinês Xi Jinping e o ex-secretário de estado americano Henry Kissinger, em Pequim; Kissinger foi responsáve­l, nos anos 1970, pelas negociaçõe­s que puseram fim à guerra do Vietnã e reaproxima­ram EUA e China Leia Mais em Mundo A13
Thomas Peter/AFP ÀS CORTINAS FECHADAS Funcionári­o fecha cortina antes de reunião entre o presidente chinês Xi Jinping e o ex-secretário de estado americano Henry Kissinger, em Pequim; Kissinger foi responsáve­l, nos anos 1970, pelas negociaçõe­s que puseram fim à guerra do Vietnã e reaproxima­ram EUA e China Leia Mais em Mundo A13
 ?? Rupak De Chowdhuri/Reuters ?? CHUVA DE ARROZ NA ÍNDIA Hindus tentam recolher arroz em templo em Calcutá; no festival de Annakut é tradição oferecer comida vegetarian­a aos devotos de Krishna
Rupak De Chowdhuri/Reuters CHUVA DE ARROZ NA ÍNDIA Hindus tentam recolher arroz em templo em Calcutá; no festival de Annakut é tradição oferecer comida vegetarian­a aos devotos de Krishna
 ?? Ronald Smits/DAE ?? Protótipo impresso do pênis de tigre híbrido
Ronald Smits/DAE Protótipo impresso do pênis de tigre híbrido

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