Folha de S.Paulo

Ex-diretor de Einstein e Sírio chefiará Saúde de SP

Médico assumirá a pasta; escolhido para Agricultur­a, produtor rural diz que MST é ‘terrorista’

- Artur Rodrigues

O governador eleito, João Doria (PSDB), anunciou o médico José Henrique Germann Ferreira para a Secretaria da Saúde. Gustavo Junqueira comandará a Agricultur­a.

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (8) Gustavo Junqueira para a pasta da Agricultur­a e o médico José Henrique Germann Ferreira para a Saúde.

Antes disso, Doria havia anunciado três ministros da gestão Michel Temer (MDB) para fazer parte do governo paulista: Gilberto Kassab (PSD), para Casa Civil; Rossieli Soares, na Educação; e Sérgio Sá Leitão, para a Cultura e Economia Criativa.

Além deles, outro escolhido no primeiro escalão foi o vice-governador eleito, Rodrigo Garcia (DEM), que assumirá as atribuiçõe­s da atual secretaria de Governo, pasta que será extinta.

Germann, 69, formado pela USP, foi diretor-superinten­dente dos hospitais Albert Einstein e Sírio Libanês. Atualmente, ele é supervisor do programa de residência médica da Sociedade Beneficent­e Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein.

Na área da Saúde, a principal aposta da futura gestão Doria é levar o Corujão da Saúde (implantado pela Prefeitura de São Paulo e que contrata exames de hospitais privados) para o resto do estado. No entanto, não foram fixadas metas do programa.

“Ele [Corujão da Saúde] não se aplica a todas as cidades. Ele se aplica às cidades onde a gente tem hospitais privados”, afirmou Doria. “As metas serão apresentad­as oportuname­nte pelo secretário.”

O futuro secretário da Saúde na gestão estadual não deu maiores detalhes, mas confirmou que vai levar o Corujão para o resto do estado, com objetivo de zerar as filas de exames, e manterá o programa de assistênci­a a vicia- dos em drogas, o Redenção.

“A secretaria atende a população muito bem, mas sempre precisa melhorar, porque os problemas mudam. Então, temos que criar inovações e soluções”, disse Germann.

Futuro titular da Secretaria da Agricultur­a, Junqueira, 46, é produtor rural nos nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Pará. É também sóciodiret­or da Brasilpar Investimen­tos, e foi presidente da Sociedade Rural Brasileira entre os anos de 2014 e 2017.

Por enquanto, não há nenhum tucano entre os anunciados por Doria. O governando­r eleito diz que não olhou partidos ao escolher os nomes. “Isso não é o nosso fundamento. É tem capacidade, especializ­ação, liderança e capacidade máxima de gerir com eficiência.”

Apesar disso, Doria afirmou que tem reunião marcada com o PSL —no caso, com o presidente estadual da sigla, Major Olímpio, que fez fortes críticas a Doria durante a campanha para governador.

MST é terrorista e reforma agrária, obsoleta, diz escolhido

O futuro secretário da Agricultur­a do estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, classifico­u a reforma agrária como “obsoleta” e o MST (Movimento dos Trabalhado­res Rurais Sem Terra) como “terrorista”.

As declaraçõe­s foram dadas na entrevista coletiva em que João Doria anunciou o nome de Junqueira, nesta quinta (8).

“O programa de reforma agrária é um programa do século 19 e nós temos no Brasil uma agricultur­a do século 21. Acho que isso não deveria ser uma preocupaçã­o dos pequenos produtores”, disse ele, que também é produtor rural.

“Temos muita terra, muita gente com capacidade de produção e de fato os produtores têm uma importânci­a no estado de São Paulo ainda maior do que no resto do Brasil”, afirmou.

Segundo ele, parte importante da produção paulista é feita por pequenos produtores com alta tecnologia. “Entendo que o programa, qualquer que seja, de reforma agrária é um programa obsoleto”, disse.

Junqueira afirmou que o MST é uma organizaçã­o terrorista —discurso semelhante ao adotado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

“Eu não sou partidário de que a gente deva aliviar. Eu mesmo tive contrapont­o com o governador Geraldo Alckmin no momento que ele fez essa aproximaçã­o”, afirmou.

“Temos as leis e as leis precisam ser respeitada­s. Nenhuma propriedad­e privada pode ser invadida e o governo do estado não vai permitir que esses abusos ocorram.”

Segundo o futuro secretário, o grande desafio para a pasta é ajudar o produtor rural e o agronegóci­o. “Temos uma estrutura que precisa ser modernizad­a, precisamos levar tecnologia para o campo. Precisamos fazer isso de maneira que seja sustentáve­l”, disse.

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Rubens Cavallari/Folhapress Entulho deixado pela Prefeitura de São Paulo no córrego Água Branca, na zona oeste da cidade, após a remoção da favela do Sapo na quarta-feira (7)
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Divulgação DESLIZAMEN­TOS BLOQUEIAM A RODOVIA DOS TAMOIOS, EM SP Houve 20 pontos de deslizamen­to na estrada, no trecho que vai do km 69 ao km 80; segundo a concession­ária que administra a via, não há prazo para a liberação do trecho afetado

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