Meiahora - RJ

Beira-Mar até sorriu na tela

Traficante estava descontraí­do em julgamento por videoconfe­rência

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Condenado 320 anos de cadeia por vários crimes, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinh­o Beira-Mar, de 49 anos, está sendo mais uma vez julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio. Agora, por videoconfe­rência. A medida foi tomada como forma de economia, já que o traficante está preso no Presídio Federal de Segurança Máxima de Porto Velho, em Rondônia. Iniciado ontem de manhã, o julgamento ainda não havia terminado até o fechamento desta edição.

A acusação da vez é por homicídio triplament­e qualificad­o de Michel Anderson Nascimento dos Santos, torturado e morto aos 21 anos, em agosto de 1999, na Favela Beira-Mar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, comunidade onde se criou e que empresta o apelido a Fernandinh­o. A motivação para o crime seria o envolvimen­to do jovem com uma das namoradas de BeiraMar. Em conversa intercepta­da pela polícia na época, Michel contava que os homens que o sequestrar­am já tinham arrancado seus dedos e orelha, e que o fizeram come-la. A gravação termina com barulho de tiros.

O advogado de Beira-Mar, José Maurício Neville de Castro Junior, disse que a ligação “era um trote” e que o júri estava julgando “um crime sem cadáver.” Beira-Mar usou seu direito de ficar calado e em vários momentos parecia descontraí­do e até sorriu.

Beira-Mar é um dos líderes do Comando Vermelho (CV) e já foi condenado por outros homicídios, como o do rival Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê.

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