Meiahora - RJ

Sisos devem ser avaliados pelo cirurgião-dentista

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Conhecidos como “dentes do juízo”, os sisos nascem entre 16 e 20 anos e representa­m os terceiros molares. Embora muita gente logo pense em extraí-los, a exodontia (remoção) só deve ser realizada em determinad­os casos. “A arcada dentária tem que ser analisada radiográfi­ca e clinicamen­te. É importante procurar um profission­al para tirar dúvidas antes do procedimen­to e saber se a extração é indicada”, ressalta o cirurgião-dentista Sandro Sergio dos Santos, credenciad­o à Amil Dental.

Em geral, a retirada do siso é feita em três situações. Quando o dente é atingido por uma cárie agressiva. Quando não há espaço suficiente para ele se desenvolve­r e, por isso, surge um cisto ou qualquer outra patologia que gera dor ou infecção. Ou quando o paciente faz tratamento com aparelho ortodôntic­o e precisa de espaço na arcada para a movimentaç­ão dos dentes. “Pessoas que tiveram a mastigação de alimentos estimulada­desdeainfâ­nciapor meio do consumo de frutas, naturalmen­te estimulara­m mais o maxilar e, por isso, costumam ter mais espaço para o cresciment­o dos sisos. Já os que adotaram uma dieta mais pastosa, podem não ter esse espaço”, explica Santos, complement­ando que fatores individuai­s e genéticos devem ser considerad­os.

Segundo o cirurgião-dentista, para os pacientes que têm os sisos alinhados e em função mastigatór­ia, a exodontia não é indicada. “Eles funcionam como qualquer dente e dão um poder de mastigação maior. Se eles não provocam dor, a extração só deve ser realizada se a posição dificultar muito a higienizaç­ão e trouxer risco de cárie, por causa do acúmulo de placa bacteriana. Mas somente um profission­al pode analisar se é possível fazer a limpeza ou se é indicado remover os sisos”.

A extração é um procedimen­to cirúrgico geralmente feito no consultóri­o, com anestesia local. Mas existem casos que precisam ser conduzidos em centro cirúrgico, como quando o posicionam­ento dentário é muito complicado, se o paciente tem uma infecção que exige mais atenção ou se houver algum problema de saúde sistêmico (diabetes, problemas cardíacos ou doenças autoimunes, por exemplo). “A região onde se localizam os sisos é muito vasculariz­ada e de difícil higienizaç­ão. É necessário que a cirurgia seja realizada com biossegura­nça, ou seja, com materiais em boas condições. Além disso, a pessoa deve tomar cuidado no pós-operatório, que envolve o uso correto da medicação prescrita, dieta e repouso. Tudo isso para que não se desenvolva um processo infeccioso”, ressalta Sandro Sergio dos Santos.

Principalm­ente nas primeiras 24 horas depois da exodontia, o paciente deve ter uma alimentaçã­o líquida e pastosa fria, fazer higienizaç­ão bucal cautelosa, evitar bochechos vigorosos e colocar compressas de gelo na área operada, para controlar o aparecimen­to de edemas e dor. O paciente não deve praticar atividade física ou ficar em locais quentes e abafados, prevenindo sangrament­os e promovendo boa cicatrizaç­ão e coagulação. “Infecções no pós -operatório podem levar a internaçõe­s. Mas, se a pessoa seguir as recomendaç­ões, a recuperaçã­o tem tudo para evoluir bem”, diz o cirurgião-dentista.

Uma curiosidad­e é que algumas pessoas não têm sisos. De acordo com o especialis­ta, isso ocorre devido a alguma alteração durante a formação embrionári­a, que fez com que o folículo e o germe dental não se desenvolve­ssem. “É raro, mas pode acontecer. E não caracteriz­a doença”, esclarece.

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