Temer se torna o 37º presidente do Brasil
Interino desde 12 de maio, peemedebista tomou posse ontem, em cerimônia que durou 11 minutos no plenário do Senado, para um mandato de 28 meses. Não houve discursos, nem a faixa presidencial foi colocada
Em rápida cerimônia no Senado, Michel Temer assumiu ontem efetivamente a presidência da República. O novo presidente deixou de lado formalidades: preferiu usar a chapelaria a entrar pela rampa do Congresso; não fez discursos, nem sequer recebeu a faixa presidencial, que pretende estrear somente na cerimônia de 7 de setembro.
Temer apenas assinou o termo de posse e fez o juramento. “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição da República, observar suas leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”, recitou.
Na mesa oficial, Temer teve a companhia dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, que presidiu a sessão do impeachment.
Na plateia, os correligionários se espremiam para assistir à cerimônia, que não contou com nenhum familiar do novo presidente. A presença de poucas mulheres foi notada. Apenas a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), terceira secretária da Câmara, ficou próxima à mesa. Perfil Natural de Tietê (SP), Temer se torna o mais velho político a chegar à presidência da República. Ele tem 75 anos – fará 76 em 23 de setembro. Antes, em 1951, Getúlio Vargas tomou posse com 68 anos.
Filiado ao PMDB desde 1981, é o atual presidente do partido. Advogado de formação, já escreveu livro de poemas e de direito constitucional. Na vida pública, tem seis mandatos de deputado federal e foi presidente da Câmara por três vezes. Ele é casado há 13 anos com Marcela Temer, 32, com quem tem um filho, Michel, de 6 anos. De outros três casamentos, tem três filhas e um filho.
“Não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o ‘impeachment tabajara’ de Dilma Roussef. Não quis perder tempo.” JOAQUIM BARBOSA, EX-MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL “A árvore deste processo não irá gerar um fruto podre, porque esta árvore tem em todos os seus ramos a seiva da democracia.” RENAN CALHEIROS, PRESIDENTE DO SENADO “Realmente é um golpe parlamentar. Portanto, acho que é um dia triste, nós vamos ao Supremo Tribunal Federal.” JOSÉ EDUARDO CARDOZO, ADVOGADO DE DEFESA
Posse de Temer foi no plenário do Senado, que dedicou 73 horas e 44 minutos, em seis dias, para fazer o julgamento final de Dilma Rousseff
Fotos de Dilma foram retiradas dos gabinetes|