No Espírito Santo, água muda cidades
Duas semanas depois do rompimento da barragem da Samarco, foram as águas do rio Doce no Espírito Santo que começaram a mudar de cor. Logo em seguida, o mar de Regência, norte de Linhares, estava contaminado pelos rejeitos da barragem. Um caminho que mudou a realidade de moradores de Colatina, Fundão, Regência e Marilândia.
Em Colatina, até hoje os moradores sentem um certo receio de consumir a água captada do rio Doce. Situa- ção agravada pela seca, que afeta o município.
Estudo feito por pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), durante sete expedições realizadas à foz do rio a partir da chegada da lama no litoral capixaba, aponta que ainda existe muito material oriundo da queda das barragens na calha do rio, o que significa que em épocas de chuva deve ocorrer o aumento da presença desses materiais nas análises.
Segundo a Fundação Reno- va, a presença de metais nas análises da água bruta está de acordo com o padrão dos resultados que eram obtidos na bacia antes da passagem dos rejeitos. Isso significa que a água pode ser retirada do rio para que seja devidamente tratada antes da distribuição pela rede de abastecimento.
Em agosto foi iniciado um monitoramento automático por meio de 22 novas estações. Os dados são coletados também em 56 pontos ao longo do rio Doce e em 36 da zona costeira.