Enfraquecer as legendas não é a saida
>Depois do acordo entre partidos para a criação do ‘fundão’, fechado no gabinete do senador Tasso Jeireissati, presidente do PSDB, na quarta-feira, o senador Romero Jucá se reuniu com os ministros Henrique Neves e Tarcisio Vieira, do Tribunal Superior Eleitoral para alinhavar a proposta.
Entre as ideias, estão a adoção de um limite para as autodoações, para frear a vantagem dos candidatos ricos, e aceitar doações individuais para o ‘fundão’, mas sem direito a escolher o destino do recurso.
Para que as propostas articuladas pelo líder do governo entrem em vigor, precisam ser votadas até setembro. Por isso, devem se resumir a poucos pontos, entre eles o chamado ‘distritão’. Por esse sistema, os candidatos mais votados de cada partido são eleitos, independente de partidos. “Esse é o pior dos mundos”, diz Roberto Freire. “Se acham que temos muitos partidos, teríamos 513 aqui na Câmara”, diz.
Luciano Caparroz Pereira dos Santos, considera o sistema um risco. “É tão ruim que só existe em quatro países, entre eles o Afeganistão e a Jordânia”, diz ele, que prevê, em caso de adoção do método, a eleição de celebridades e das velhas lideranças.
O problema é que, em momentos de fragilidade dos partidos, o eleitor tende a se voltar para lideranças menos identificadas com o mundo político. “Esse é um grande problema. No entanto, precisamos insistir na importância dos partidos para o aperfeiçoamento da democracia”, diz. “Não há outra saída”.