ARNALDO CEZAR COELHO, Nova fase a caminho...
Nosso entrevistado de hoje acompanhou por anos os grandes momentos do futebol brasileiro. Mas acha que está chegando a hora de alçar novas metas. Arnaldo Cezar Coelho conversou com a coluna e revelou seu desejo de criar e se dedicar a um projeto social envolvendo, claro, o esporte. E jovens. história. Como passou de árbitro a comentarista?
Passei no curso da Federação de Futebol do Rio de Janeiro e apitei muitos anos no estado. Fui contratado para outras federações de outros estados também e ingressei no quadro da FIFA, por 21 anos. Apitei duas Olimpíadas, três mundiais sub-20 e duas Copas do Mundo — na Argentina e na Espanha, onde apitei a final. Mas me cansei da arbitragem por conta das viagens. Um dia, a TV Globo precisou de alguém para esclarecer um lance técnico de uma partida, em termos de arbitragem. Nesse dia, o
●Armando Nogueira, Alice Maria e Alberico de Souza me convidaram para ser comentarista da Rede Globo.
Um fato marcante na carreira?
O fato marcante da minha carreira foi apitar a final da Copa Mundo de 1982. Nenhum árbitro sul-americano tinha sido escolhido para uma final até então. Geralmente, só escolhiam os europeus. Primeiro, porque os sulamericanos sempre chegavam à final e na Copa de 82, a final foi entre Itália e Alemanha. Mas o fator fundamental foi o presidente da FIFA,
■●João Havelange, e o Seu Abílio de Almeida, da Comissão de Arbitragem. Eles confiavam em mim. Graças a Deus, deu tudo certo. Família é... A família está muito bem. Eu já tenho três netos. Os dois primeiros quase não pude acompanhar, mas o terceiro, que ainda é bem pequeno, estou podendo acompanhar. Eu e minha mulher estamos tirando um lance de vovôs, isso é muito legal. Acho que o grande alicerce de uma carreira é ter uma família estabilizada.
■●■E a sua TV Rio Sul, retransmissora Conte-nos um sonho. Continuo a ter muitos sonhos. Sou criativo, inquieto, gosto de inventar coisas. Meu sonho é, caso eu pare no ano que vem com os comentários de arbitragem, me envolver num projeto social voltado ao esporte. Quem sabe um centro esportivo? Eu sou professor de Educação Física e posso ter vários outros professores comigo trabalhando com os jovens, porque o esporte os tira da rua e da marginalidade. A inclusão social que o esporte propicia a um jovem é muito importante.
■●E quais são as novidades no futebol?
A International Board, que faz as regras de futebol, vai sugerir à FIFA que as partidas tenham 60 minutos de bola corrida. Outra novidade sugerida por eles é que, no momento do pênalti, toda vez que o goleiro rebater a cobrança, será dado tiro indireto contra o cobrador. E tem outra, que é um absurdo, será a possibilidade de um jogador bater uma falta para ele mesmo. Isso nem em pelada vale, mas a International Board quer mudar.
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