O Dia

Escola de Samba Flor de Magé recebe título de Patrimônio Cultural Fluminense.

A Escola de Samba Flor de Magé, fundada em 1900, recebe título de Patrimônio Cultural Fluminense

- Do estagiário Matheus Ambrósio, sob supervisão de Luiz Almeida

Éfato que o Carnaval é a festa mais popular que existe no Brasil. Não há sombra de dúvida. Porém, nem todas as escolas de samba possuem o devido reconhecim­ento. Não é o caso da Flor de Magé, que acaba de ser finalmente reconhecid­a como Patrimônio Cultural Fluminense pela Assembleia Legislativ­a do Estado do Rio de Janeiro. O título foi conquistad­o graças ao historiado­r e advogado Antônio Seixas.

Incansável, Antônio Seixas contou com o esforço dos integrante­s da escola, que, juntos, buscaram documentos que definitiva­mente comprovara­m a origem da Flor de Magé. Localizada no Centro da cidade, a agremiação é uma das mais antigas que se tem notícias e a única que continua com suas atividade há 116 anos — foi fundada em dezembro de 1900.

Para o vice-presidente da escola, Agnaldo dos Santos, de 56 anos, que nasceu e foi criado dentro da agremiação, existem inúmeras versões sobre o surgimento. Mas, todas elas, partem de um mesmo ponto: uma desavença entre os membros do Rancho Flor de Lira, no final do século 19. “Falta consenso sobre a cor da escola e também sobre a vinda de integrante­s do bloco da Praia da Piedade para o Centro de Magé, onde supostamen­te fundaram a escola”, advertiu ele.

Para o historiado­r Antônio Seixas, no entanto, o levantamen­to das atas encontrada­s no cartório não deixam dúvidas sobre a longevidad­e da Flor de Magé. “Nenhuma escola de samba no Rio tem registro de ata de fundação anterior a 1900. Nesse sentido, desafio a me mostrarem uma mais antiga”, disparou.

Atualmente, o galpão fica na Avenida Simão da Mota 358, no Centro, onde são realizadas mensalment­e feijoadas e rodas de samba. “Essa agremiação resistiu ao tempo, mesmo sem apoios. Conserva a memória de uma geração que teve amor ao samba. E, acima de tudo, contribui para a cultura do nosso município”, destacou Seixas.

A Inocentes de Belford Roxo, do Grupo de Acesso, aliás, vai homenagear a Flor de Magé, com direito a uma ala exclusiva — cerca de 80 integrante­s da agremiação de Magé irão fechar o desfile.

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DIVULGAÇÃO ACERVO Membros da Flor de Magé comemoram seus 116 anos
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Integrante­s da agremiação posam em frente à sede. São os componente­s Mangué, Maria do Tutu e Teresa (1948)

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