Saiba em quais casos se deve antecipar a aposentadoria
Retomada de negociações para Reforma da Previdência aumenta procura dos segurados pelo benefício imediato.
Com a expectativa de aprovação da Reforma da Previdência ainda este ano, conforme admitiu o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), especialistas temem que seja disparada uma corrida de trabalhadores aos postos do INSS para dar entrada no pedido de aposentadoria. E advertem: é preciso planejar antes para não ter perda no valor do benefício.
“Aposentar na correria e de forma equivocada pode gerar prejuízos. Há casos em que o segurado precisa de poucos meses para entrar na Fórmula 85/95, por exemplo, e não sabe. E com isso tem uma perda de até 40% no valor do benefício”, diz Thiago Luchin, do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados. A recomendação é ter cautela e planejamento.
Tom de cuidado também adotou o sócio de Thiago, Murilo Aith. “Uma reforma não ocorre da noite para o dia. É o momento de analisar os documentos, planejar com detalhes, para não se arrepender ao fazer um pedido de aposentadoria precoce, sem os devidos cuidados”, ressaltou.
A preparação para ter uma aposentadoria tranquila é um ponto destacado por Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira.
“A aposentadoria pelo INSS é muito importante para os brasileiros e um direito do trabalhador. Entretanto, o valor não é suficiente para manter o padrão e a qualidade de vida após a concessão”, alerta Domingos.
Para quem tem condições de desembolsar um dinheiro a mais todo mês, os planos de previdência privada podem ser alternativa para garantir recursos além da aposentadoria do INSS. E a modalidade tem atraído brasileiros.
Pesquisa aponta que previdência privada está nos planos de 10% dos entrevistados
Dados do Indicador de Reserva Financeira da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que entre as principais formas de reserva financeira, a previdência privada foi mencionada por 10% dos entrevistados.
Na página Meu Bolso Feliz, que está com endereço encurtado (https://goo.gl/cC8aEc), é possível simular os planos que sejam mais adequados ao orçamento doméstico.
Mas para Thiago Luchin, a previdência privada deve ser vista como alternativa ao regime oficial do INSS e não como prioridade do segurado. “É fundamental que as pessoas primeiro pensem em contribuir para o INSS, em seguida, a previdência privada como um complemento”, adverte. Isso porque, segundo Luchin, a rentabilidade dos benefícios da INSS é proporcionalmente maior.
“Em uma previdência privada o contribuinte paga por um tanto que vai usar quando for beneficiário, é um recurso finito. A partir do momento que os recursos acabarem, não terá mais renda”, alerta. “A aposentadoria do INSS vai até a morte do segurado e pode virar pensão para seus dependentes”, ressalta.
Aposentar de forma equivocada pode gerar prejuízos. Há casos em que o segurado precisa de poucos meses para entrar na Fórmula 85/95, por exemplo, e não sabe.” THIAGO LUCHIN, advogado