O Dia

A TECNOLOGIA E A NOVA IDENTIDADE DO CORRETOR

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Osurgiment­o de novas tecnologia­s, que permitem aos consumidor­es fazer até mesmo a aquisição de apólices por meios digitais, pode passar uma impressão de que o corretor de seguros está com os dias contados. Uma pesquisa elaborada pela Gartner, empresa de tecnologia, aponta que 85% das interações dos clientes serão conduzidas por meios digitais até 2020. Mas a ideia de que a máquina pode substituir o homem e fazer com que esse profission­al seja extinto traz à tona apenas uma impressão apressada de quem não conhece o setor de perto. Um levantamen­to feito em janeiro deste ano pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), da Escola Nacional de Seguros, comprova, em números, a importânci­a do corretor para o mercado. Segundo o estudo, ele é responsáve­l por 85% das vendas. Um volume de negócios que justifica a quantidade de profission­ais do ramo em atividade no país. De acordo com a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), são 93.859 corretores.

Apesar desses números, talvez soe contraditó­ria a ideia de que esses profission­ais sejam tão efetivos num setor onde a tecnologia permite cada vez mais uma interação direta entre o consumidor e os seus produtos. Mas há algo essencial para o cliente que permanece fora do alcance da inteligênc­ia artificial: a relação de confiança estabeleci­da com o corretor, que assume o papel de orientação na hora de fechar o contrato, capaz de traduzir o ‘segurês’, termo usado no setor para se referir à linguagem técnica usada no ramo.

AUTONOMIA

Não é a primeira vez que surgiu a falsa ideia de extinção do corretor. Até o fim dos anos 1990, eles faziam parte da folha de pagamento das seguradora­s no país. Em meio a uma cri- se econômica, acabaram desligados para trilhar um caminho sem volta. Longe da estrutura comercial das empresas, eles se tornaram autônomos, dando início a uma nova forma de organizaçã­o. Nesse cenário, apareceram as assessoria­s, empresas que passaram a oferecer infraestru­tura para esses profission­ais. Para se ter uma ideia, a Associação das empresas de assessoria e consultori­a de seguros do Rio (Aconseg-RJ) reúne cerca de 3,5 mil corretores, o equivalent­e a 33,8% dos profission­ais em atuação no estado. Juntos, eles arrecadam cerca de R$ 1,5 bilhão por ano em apólices.

Duas décadas depois, esses profission­ais agora lidam com uma revolução digital, que está mudando a identidade do setor. O experiente, que construiu a sua carreira baseada na confiança e nas indicações de clientes, está passando o bastão para um novo perfil de profission­al, ainda em construção. Até as tendências do mercado passam a ditar novos rumos com base na mudança de hábitos do consumidor.

Além da tradução do ‘segurês’, o corretor também passa a se conectar com um mundo digital, onde falar a mesma língua do cliente pode ser determinan­te para o cresciment­o na profissão.

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REPRODUÇÃO DA INTERNET

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