Fundos simples ou caderneta, eis a questão
Antes de investir, avalie a melhor opção com juros baixos, lembrando que houve redução na Selic O chamado DI surgiu como porta de entrada para as aplicações
O investidor que tem dinheiro em um fundo simples precisa avaliar o desempenho da aplicação à luz do cenário de redução da taxa básica de juros, a Selic, que tem achatado o rendimento das aplicações de renda fixa. Essa providência é importante para que não tenha um rendimento menor que o da caderneta, também afetada pela redução dos juros.
Os fundos simples, uma versão mais simplificada dos fundos DI, foram criados para competir, em rentabilidade, com os próprios fundos DI, ou até substituí-los, e a caderneta. Eles surgiram como opção de baixo risco e custo reduzido, sobretudo para os pequenos investidores, como porta de entrada para o mundo de outras aplicações, fora da tradicional poupança.
Como o nome sugere, essa modalidade de fundo é o mais simples da família dos fundos de investimento e pode render mais que a caderneta. E também menos, dependendo dos custos cobrados na aplicação. Por isso, é preciso conhecer suas características e desempenho e compará-los com a poupança para não fazer eventualmente uma troca equivocada.
Em um momento de redução dos juros, pende a favor dos fundos simples a redução dos custos do investimento com que eles vieram ao mercado, via eliminação de algumas exigências burocráticas. É a ausência desses custos, desde que respeitada por bancos e corretoras, que pode fazer a diferença em favor dos fundos simples.
Até porque todo o restante do processo é idêntico ao dos demais fundos de investimento, como o DI e o de renda fixa. Quem investe em um fundo simples junta seu dinheiro com o de outros investidores participantes que aplicam com o mesmo objetivo, obter rentabilidade para o dinheiro.
Um especialista, escalado pelo banco ou corretora e chamado de gestor, é encarregado de administrar o bolo de recursos investido para gerar rendimento aos aplicadores do fundo.
O gestor deve aplicar no mínimo 95% do volume de recursos em títulos públicos. A maior parte do dinheiro é usada para a compra de Letras Financeiras do Tesouro (LFT), versão do Tesouro Selic negociado pela internet no Tesou- ro Direto, título público que rende a taxa Selic. É inevitável, portanto, que com a taxa básica menor o rendimento do fundo simples também fique mais baixo. A Selic está em 8,25% ao ano, no momento, e pode fechar 2017, pela previsão do mercado financeiro, próxima de 7%.
Taxa e tributação
O gestor não toma conta de graça do fundo. Por isso o aplicador paga uma taxa de administração a ele, sem deixar de entregar também a parte do rendimento que cabe ao Leão. Quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado no fundo, menor será o imposto.
O imposto é calculado sobre o rendimento, de forma escalonada. As alíquotas começam em 22,50%, para aplicação de até 180 dias; cai para 20% (aplicação de 181 a 360 dias); recua para 17,50% (aplicação de 361 a 720 dias), e di- minui para 15% (aplicação por prazo acima de 720 dias).
Com a tabela regressiva de imposto no fundo simples, é possível que quem aplica por período curto, com resgate em até seis meses, obtenha rendimento mais interessante na caderneta. A poupança é isenta, diferente do fundo simples, que pune com alíquota mais alta de imposto de renda, de 22,50%, quem fizer resgate antes de 180 dias.
O investidor não deve deixar ainda de pesquisar e escolher bancos e corretoras que obram taxas de administração baixas, de no máximo 0,5% ao ano, para aplicar em fundo simples. É possível encontrar tabelas com as taxas cobradas nos sites das instituições que ofertam esses fundos.
Especialistas lembram que, especialmente bancos, cobram taxas de administração mais elevadas para volumes de aplicação mais baixos.