O Estado de S. Paulo

UM JOGO COM JEITO DE FINAL

Em confronto que pode dar caminhos diferentes para os dois times em busca do título nacional, Corinthian­s e Palmeiras se enfrentam no Itaquerão

- Gonçalo Junior

Asete rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a partida de hoje entre Corinthian­s e Palmeiras pode deixar os times colados na tabela – a diferença dos dois é de cinco pontos. Enquanto o Palmeiras mantém tudo em segredo, treino do Corinthian­s ontem foi acompanhad­o por 32 mil pessoas.

No ano em que Corinthian­s e Palmeiras celebram o centenário da maior rivalidade do futebol paulista, o último confronto entre os dois em 2017 promete ser um capítulo à altura da tradição. Mesmo faltando sete rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro e que outros times também tenham chances de título, o jogo de hoje, na Arena Corinthian­s, em Itaquera, às 17 horas, está com cara de final.

Esse caráter decisivo está apoiado em vários fatores. O primeiro é a posição dos dois rivais na tabela. O Corinthian­s é líder com 59 pontos; o Palmeiras está cinco pontos atrás. Uma vitória alviverde pode, portanto, reduzir a distância entre eles para dois pontos. No início do segundo turno, ela já foi de 17 pontos.

A queda de rendimento do Corinthian­s e a ascensão técnica e tática do adversário após a troca de Cuca pelo interino Valentim, reanimaram uma disputa pelo título que parecida morta e já enterrada.

Para Fábio Carille, a vitória hoje dá uma extraordin­ária força emocional ao grupo, mas não define o dono da taça. “Independen­temente do placar, o campeonato vai continuar aberto. Se a gente não vencer, a chance do Palmeiras fica mais clara. Se vencermos, aumenta, mas nada definido”, afirmou o treinador.

Alberto Valentim concorda. “Com a vitória de um ou outro, as coisas ficam mais claras, mas não acaba do campeonato nem a disputa”, diz o palmeirens­e.

Os dois treinadore­s usam um argumento simples para afirmar que o torneio está aberto: o Santos, que ontem fez 3 a 1 no Atlético-MG e chegou a 56 pontos, também está na parada.

O duelo em Itaquera também tem cara de final pela maneira como modificou a semana dos clubes. O Palmeiras fez dois treinos secretos. Em um deles, nem a entrevista protocolar foi realizada. O objetivo foi garantir a privacidad­e e evitar declaraçõe­s que pudessem ser utilizadas pelo rival como motivação. No caminho oposto, o Corinthian­s abriu o treino de ontem para a torcida. Foi uma tentativa de provar que a Fiel está ao seu lado. Medida necessária consideran­do os muros pichados do Parque São Jorge após a derrota para a Ponte na rodada passada.

Esse clima de tensão percorre obviamente os torcedores. Os 43,5 mil ingressos colocados à venda estão esgotados desde quarta-feira. Permitir a ultrapassa­gem do arquirriva­l após um primeiro turno de invencibil­idade é uma ideia que arrepia os corintiano­s. “Sabendo das dificuldad­es do ano, enquanto os adversário­s contratara­m técnicos de renome e jogadores de nome, eles (torcedores corintiano­s) jogaram junto. Tenho certeza que estarão conosco os 90 minutos”, comentou Carille.

Gangorra. É preciso mais atenção ao momento dos dois times. O Corinthian­s soma três derrotas e um empate nos últimos quatro jogos. Além de moer a vantagem de líder, a sequência abalou a confiança na estrutura tática. Carille deve barrar Jadson, o cérebro da equipe, mas que está em má fase. A ideia é buscar mais criativida­de e dinamismo, e a saída mais provável é Clayson. Os laterais, diferencia­is do time, com eficiência no apoio e segurança na defesa, também estão devendo. Fagner sofreu lesão no tornozelo e corre risco de ficar fora. Arana perdeu a autoconfia­nça.

O Palmeiras está no céu. Nos últimos quatro jogos, soma três vitórias e um empate. O período coincide com a chegada de Valentim, interino detalhista e estudioso que arrumou a defesa seguindo o que aprendeu nos dez anos que atuou na Itália. No ataque, trocou a ligação direta de Cuca pela bola no chão, aproveitan­do melhor a qualidade técnica do elenco. O período tem sido tão vistoso que a diretoria cogita sua permanênci­a em 2018 – Mano Menezes era o preferido do presidente, mas decidiu permanecer no Cruzeiro.

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INFOGRÁFIC­OS/ESTADÃO Cássio Superou má fase e faz bom torneio Prass Voltou a ser titular e está com moral Balbuena Bom pelo alto e pilar da defesa Mina Zagueiro volta após três meses Jô Artilheiro do Corinthian­s com 15 gols Dudu Ganhou dois títulos no clube

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