Elo de equipe de Trump com russos ganha força
Investigação aponta ligação suspeita de secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, com um bilionário e com um genro de Vladimir Putin
O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, manteve laços comerciais com uma empresa de transporte ligada intimamente a um bilionário russo e um genro de Vladimir Putin, de acordo com a análise de um novo vazamento de documentos de paraísos fiscais.
Essa é uma das principais revelações dos “Paradise Papers”, trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), com base em um vazamento de documentos relacionados, entre outros, ao escritório de advocacia internacional Appleby, nas Ilhas Bermudas, e obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
De acordo com o New York Times, o secretário de Comércio , reduziu sua participação na empresa Navigator Holdings durante sua aquisição em fevereiro. Mas ele ainda controla, através de empresas offshore, 31% de seu capital. Um dos principais clientes da Navigator Holdings é a empresa russa de produtos de gás e petroquímica Sibur, que contribuiu com US$ 26 milhões para o seu volume de negócios em 2016, escreve o jornal francês Le Monde.
Entre os donos da Sibur estão Guennadi Timtchenko, um bilionário próximo do presidente russo Vladimir Putin que foi proibido pelo Tesouro dos EUA de negociar com o país após a invasão da Crimeia por Moscou e Kiril Chamalov, casado com a filha mais nova de Putin.
“Os influentes donos da Sibur fazem empresa ter inegáveis favorecimentos com Moscou” disse ao The New York Times Daniel Fried, um analista especialista em Rússia.
Outro cliente importante da Navigator é a Petroleos de Venezuela (PDVSA), a estatal venezuelana de petróleo controlada pelo regime de Nicolás Maduro. Em junho, o governo Trump impôs sanções a PDVSA. O porta-voz do Departamento de Comércio, James Rockas, disse ao ICIJ que as negociações da Navigator com a Sibur ocorreram antes que Ross tivesse participação e que o secretário nunca conheceu o genro de Putin.
Ross e Trump conhecem-se há mais de 25 anos. O secretário do Comércio foi um dos principais criadores do acordo de bancarrota relativo ao Taj Mahal, um cassino de Trump que faliu em Atlantic City.