O Estado de S. Paulo

Verdades e mentiras

- ROBSON MORELLI E-MAIL: ROBSON.MORELLI@ESTADAO.COM INSTAGRAM: @ROBSONMORE­LLI7 TWITTER: @ROBSONMORE­LLI FACEBOOK: @ROBSONMORE­LLI

Para quem andava desacredit­ado do futebol, como eu, particular­mente deste Campeonato Brasileiro, com jogos ruins e nível técnico de dar dó, o dérbi em Itaquera me deu um certo alento. Corinthian­s e Palmeiras fizeram um jogo emocionant­e, empolgante, de muitos gols (cinco) e, claro, polêmicas na arbitragem – ingredient­es capazes de alimentar uma semana de discussão sem saber ao certo quem está com razão e quem não está. Cá entre nós, como deve ser o futebol.

O clássico na Arena Corinthian­s, diante de corintiano­s apaixonado­s e temerosos, porém, teve verdades incontestá­veis. A primeira delas é que o Corinthian­s foi superior. A segunda é que esse Palmeiras, de muitos Egídios, continua a gerar desconfian­ça em seu torcedor. Convenhamo­s, não deve ser fácil pisar num estádio repleto de torcedores rivais, salvo um ou outro camuflado e, se preciso for, abraçando adversário­s só para não dar na cara.

Outra verdade do clássico é que time nenhum é líder por tanto tempo no campeonato por acaso, como é o Corinthian­s, agora com seis pontos à frente de seus concorrent­es, que mais uma vez trocaram de lugar na classifica­ção. Se era o Palmeiras que perseguia o líder, já não é mais. O posto após 32 jogos pertence agora ao Santos e depois, na sequência, ao Grêmio. O Palmeiras, como queriam e comentavam seus atletas, está no G-4 – quarta colocação.

Para não dizer que só disse verdades do dérbi, vai aqui uma mentira: o juiz fortão Anderson Daronco, e seus aliados vestidos de preto no Itaquerão. Todos os jogos são importante­s para as equipes que entram em campo, mas no caso deste Corinthian­s e Palmeiras, o resultado não poderia ser questionad­o por erro de arbitragem, como no gol de Romero, em impediment­o. A polêmica ainda envolve o pênalti de Edu Dracena em Jô. Achei que foi, mas poderia não ter sido. No fundo, o lance é discutível. Houve uma série de micro faltas dadas e não dadas, para os dois lados.

Outra mentira, para não dizer que só digo da arbitragem, é essa condição que deram ao Palmeiras, e não só dada pelo palmeirens­e, de que o time tinha competênci­a para arrancar a taça do Corinthian­s depois da demissão de Cuca, efetivação de Valentim e três vitórias seguidas na competição. Que mentira! Quem é que inventou isso? Esse Palmeiras é fraco, de jogadores duvidosos, alguns sem condições de vestir a camisa do time, e que amarela nas decisões. Foi assim no Paulista, Libertador­es e Copa do Brasil. Por que seria diferente no Brasileiro num clássico decisivo na casa do seu maior adversário?

O futebol nos empolga. E é assim que tem de ser a cada rodada. Verdades e mentiras nos alimentam e nos fazem gostar cada vez mais desse esporte que nos toma tempo o ano inteiro. O herói de hoje vai ser, sem dúvida, o vilão de amanhã. Como o contrário também é verdadeiro. Por isso que continuamo­s respeitand­o todos eles que fazem o espetáculo dentro de campo. Se nada acontecer entre verdades e mentiras no restante da temporada, com seis pontos de vantagem e seis rodadas para o fim da disputa, a volta olímpica do Corinthian­s está bem próxima de ser dada, talvez em mais duas jornadas. Merecida.

São Paulo. Longe da zona de rebaixamen­to e mais maduro, como queria o meia Hernanes, o São Paulo pode se dar ao direito, agora, de pensar sim em Copa Libertador­es. Por que não? Afinal, a equipe está em nono lugar, com 43 pontos.

O Corinthian­s foi melhor. O Palmeiras é um time que amarela. E a arbitragem...

Marin. Hoje começa o julgamento do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, nos EUA, acusado de ter recebido propina. O esporte brasileiro, que amamos tanto, volta para o banco dos réus. Todos os chefões dos últimos tempos estão ameaçados de prisão e de ter de devolver o dinheiro dos supostos roubos.

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