O Estado de S. Paulo

Superávit externo recorde é baseado nas exportaçõe­s

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Os indicadore­s do comércio exterior de outubro foram favoráveis, marcados pela alta de 21% nas exportaçõe­s de manufatura­dos. Isso permite supor que está em curso uma retomada, ainda que concentrad­a em alguns itens, da competitiv­idade da indústria, que aproveita a melhora da economia global.

Com exportaçõe­s de US$ 18,87 bilhões e importaçõe­s de US$ 13,67 bilhões, o superávit da balança comercial atingiu US$ 5,20 bilhões no mês e US$ 58,47 bilhões nos primeiros dez meses do ano, superando em mais de 50% o superávit de igual período do ano passado. O saldo de US$ 65 bilhões a US$ 70 bilhões neste ano, estimado pelo governo, é viável. Mas o significad­o de alguns números transcende a importânci­a do superávit como chave do equilíbrio das contas externas.

A média de exportaçõe­s por dia útil, de US$ 898,9 milhões em outubro, superou em 31,1% a de outubro de 2016 e é 2,4% maior que a média deste ano.

Os produtos básicos continuam sendo o grande destaque, puxados por vendas de milho e soja, minérios de ferro e de cobre e algodão bruto, além de carnes bovina e de frango e de petróleo bruto. As cotações das commoditie­s agrícolas ajudaram, mas a quantidade exportada pesou mais.

Entre os manufatura­dos, os destaques foram motores e turbinas de aviação, torneiras e válvulas e laminados planos, mas também automóveis, máquinas de terraplena­gem, tratores e veículos de carga. A pauta de manufatura­dos está mais diversific­ada.

Nas importaçõe­s, o maior cresciment­o foi de combustíve­is e lubrifican­tes, mas também de bens de capital, indicando propensão de investir.

O País depende das exportaçõe­s para a Ásia (a China, em especial), mas houve avanço nas vendas para África, América Central e Caribe e Estados Unidos. No Mercosul, as exportaçõe­s para a Argentina cresceram 31,8% entre 2016 e 2017, lideradas por veículos.

Em 2018, o comércio exterior brasileiro dependerá muito do ritmo de atividade da economia global, que favorece as exportaçõe­s. Se a economia local crescer entre 2,5% e 3%, como se espera, a demanda de importaçõe­s também será maior – e o superávit poderá ser menor, o que não seria problema.

Mais relevante é que persista o avanço da corrente do comércio (soma de exportaçõe­s e importaçõe­s), ampliando a abertura da economia do País.

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