O Estado de S. Paulo

A batalha judicial Primitivo x Zinfandel

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A onda do Primitivo é tão grande no Brasil que as importador­as com portfólio forte em vinhos norte-americanos, caso da Winebrands, usam o apelo da versão italiana para vender a americana. O novo Motto Unabashed Zinfandel 2014 (R$ 98,10 na Winebrands) é um bom exemplo, um lançamento trazido para ser oferecido aos que procuram Primitivo. Mas o curioso é que as duas cepas (duas ou uma?) vivem em litígio.

Tudo começou nos anos 1970 quando desconfiou-se que o DNA era o mesmo. Produtores italianos passaram então a vender Primitivo nos EUA com o nome de Zinfandel, o que preocupou os americanos pois em sua visão poderia por o patrimônio centenário (e os esforços de marketing) da Zinfandel em risco no mercado. Entraram com um processo para proibir o uso do nome. Nos anos 1990, um estudo genético minucioso concluiu que as duas têm sim a mesma raiz. A partir daí, uma sucessão de recursos judiciais dos dois lados deixou a questão sem acordo até hoje.

Nos EUA, a Zinfandel se estabelece­u no fim do século 19 no norte da Califórnia, onde tornou-se uma queridinha dos viticultor­es pela alta produtivid­ade. As melhores uvas cultivadas hoje vêm de vinhas velhas de Sierras ou no Dry Creek Valley.

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LISA BAERTLEIN/REUTERS Zinfandel. A uva cultivada em Napa,sua casa nos EUA

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