O Estado de S. Paulo

REFORMA TRABALHIST­A Atualizaçã­o da CLT

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Embora ainda longe do ideal, a reforma trabalhist­a aprovada pelo Congresso Nacional entra hoje em vigor, em meio a protestos das centrais sindicais e dos movimentos sociais. A Consolidaç­ão das Leis do Trabalho (CLT), criação de Getúlio Vargas inspirada na Carta del Lavoro de Mussolini, agregou, ao longo do tempo, mais distorções do que benefícios na relação patrão-empregado. Só para mencionar duas, entre tantas: o velho e conhecido acordo “me manda embora que eu devolvo a multa por fora” e as ações judiciais de trabalhado­res que, aproveitan­do-se da situação de hipossufic­ientes perante a Justiça do Trabalho, entram com ação contra os empregador­es para reivindica­r somas vultosas – frequentem­ente injustas – e, após proposta de acordo feita pelo juiz, terminam por aceitar uma fração apenas do montante reivindica­do, o que é sempre vantajoso para o empregado. Além disso, os encargos trabalhist­as no Brasil, ditados pela CLT, são altíssimos e limitam os investimen­tos das empresas. A ideia de que menos encargos proporcion­am maior investimen­to e, portanto, geram mais empregos é tão simples quanto verdadeira, só não entende quem não quer. O País não suporta mais a interferên­cia excessiva do Estado nas relações entre empregador­es e empregados e a insistênci­a nesse conceito é demagógica, populista e retrógrada. LUCIANO HARARY lharary@hotmail.com

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