4 PERGUNTAS PARA...
Jessé Alves,
1.
É natural que se registre mortes de macacos em outras regiões da capital (além da zona norte)?
Sempre existe comunicação entre áreas que são resquícios de florestas e há comunicação entre populações de macacos. Quando existe epizootia, que é a presença da febre amarela entre os animais, há uma movimentação geográfica. A tendência é que sempre se expanda até que, por algum equilíbrio ou pela morte da população de macacos, o fenômeno perca a força. O que a gente viu em Minas foi um movimento ao longo das matas ciliares, ao longo dos rios.
2.
Pensando no tamanho da população da zona leste, a preocupação é maior? A população que fica vulnerável é a população que está próxima da área de reserva. E a zona leste também tem uma grande região muito árida, sem floresta nenhuma.
3.
Isso significa que pessoas que não estão no entorno dos parques fechados não precisam se vacinar? Minha visão é exatamente essa. Quem não precisa se deslocar para essas áreas deve esperar a recomendação das autoridades de saúde. É uma região muito populosa e imagino que, se houver corrida aos postos, será difícil dar vazão ao atendimento.
4.
O fato de a doença se aproximar da capital pode favorecer que ela se torne mais urbana?
Essa é a preocupação principal. Primeiramente, ter mosquitos Aedes próximos dessas áreas urbanas (com contaminação) que poderiam picar macacos (infectados). Acho pouco provável, mas é teoricamente possível. E segundo: ter pessoas se infectando, mesmo que de forma assintomática e transmitindo para o Aedes aegypti.