O Estado de S. Paulo

Carreira em TI abre portas para empreender

- / L.A.

Para Carlos Alexandre de Araújo, de 42 anos, chegou a hora de empreender. Com formação na área de TI, há alguns anos ele decidiu mudar o foco para a área de negócios e, para fazer a transição, cursou uma segunda faculdade, desta vez em marketing. Os conhecimen­tos em ambos os campos garantiram uma boa colocação na gestão de uma multinacio­nal de softwares. Mas há um ano ele entrou no MBA em Marketing Digital da FGV e a partir daí começou a sentir o desejo de ter o próprio negócio.

Além de ter um e-commerce, Araújo vê a possibilid­ade de se tornar um consultor em futuro próximo. “Só de eu começar a colocar em prática meus planos, abrir a empresa, algumas pessoas perceberam o movimento e me procuraram pedindo consultori­a.”

De acordo com Nicolau Reinhard, coordenado­r do MBA Gestão da Tecnologia da Informação da FIA (Fundação Instituto de Administra­ção), trilhar o caminho do empreended­orismo e da consultori­a tem sido bastante comum entre profission­ais que conseguem alinhar os conhecimen­tos da tecnologia com uma boa visão de mercado. “A carreira de um executivo de TI não costuma ser muito longa. Ele pode chegar rápido ao posto de diretor, mas pode ser substituíd­o fácil.”

Para dar auxílio a quem vai optar pela carreira solo, Reinhard conta que o curso da FIA oferece uma boa formação para o empreended­orismo. “A monografia é um plano de negócios”, diz. Seja para ter sucesso empreenden­do, ou dentro de uma grande empresa, quem procura um MBA vai se preparar para olhar além da tecnologia. “As inovações que alteram o mundo não estão na tecnologia em si, mas na sua aplicação.”

Um MBA é muito útil. Mas nem todos precisam seguir essa rota. Segundo Caio Arnaes, gerente de recrutamen­to da empresa de RH Robert Half, no Brasil há muitas oportunida­des para bons especialis­tas. “Há dois caminhos possíveis na carreira: de liderança ou de especialis­ta. Hoje tem especialis­tas com bons salários, às vezes maiores do que o do próprio gerente. Se é uma questão salarial, é sim possível crescer sem ir para a gestão.”

A diferença para quem vai atuar nas áreas técnicas é o tipo de formação, mas deixar de estudar está fora de questão para qualquer um. “O mercado de TI é um dos que mais demanda estudo contínuo. Quem atua na área técnica precisa fazer treinament­os constantes”, diz Arnaes.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

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