‘O rei do Brasil’
A malograda ideia de reforma ministerial ampla em dezembro é atribuída a Moreira Franco. Entre os colegas, a antipatia em relação a ele se acentuou. Agora, dizem que Moreira quer “mandar em todos os ministérios”.
No dia em que se comemora a Proclamação da República, o governo de Michel Temer vive uma rebelião contra um ministro descrito por seus pares como candidato a “rei do Brasil”.
A malograda ideia de reforma ministerial ampla para quem for candidato em dezembro deflagrou reação generalizada e imediata de todos os partidos, e deve ser abortada tão rápido quanto surgiu no horizonte. O mentor da ideia, dizem ocupantes de vários blocos da Esplanada, foi Moreira Franco.
Se já havia uma antipatia difusa em relação ao titular da Secretaria-Geral da Presidência, ela se acentuou nas últimas semanas, desde que Moreira concentrou mais atribuições, como coordenar o “Avança Brasil” e cuidar da publicidade oficial. Agora, dizem colegas, quer nomear “integrantes do segundo escalão” para “mandar em todos os ministérios”.
A revolta ganhou um aliado de peso: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que, apesar do parentesco com Moreira, fez chegar a Temer a contrariedade da base com a ideia de que ministros que o ajudaram a arquivar as duas denúncias de Rodrigo Janot serão escanteados na hora em que começarão a “colher” frutos das políticas implementadas em suas pastas.
Ocupantes do primeiro escalão, lembram auxiliares de Temer, ficariam “na chuva”, sem foro e expostos à 1.ª instância da Lava Jato, como Marcos Pereira (Desenvolvimento) e Gilberto Kassab (Comunicações). Dada a reação à ideia de antecipar a reforma, o mais provável é que se acomode a situação do PP – que deve ganhar Cidades, mas pode perder Agricultura, Saúde ou o comando da Caixa – e tudo o mais fique como está.