O Estado de S. Paulo

Em supermerca­do de SP, cliente só vê vantagem na cerveja

Em busca de grandes descontos, consumidor­es se sentiram frustrados com poucas promoções em itens de comida

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O consumidor que esperou a Black Friday para fazer a compra do mês no supermerca­do pode não estar muito satisfeito este ano. Sem encontrar grandes vantagens nos preços de alimentos, a despensa das pessoas que levantaram cedo na manhã de ontem ficou cheia de itens como papel higiênico, cervejas de lata, uísques, sucos de caixinha e até pneus de automóveis.

Antes mesmo de o dia clarear, já tinha gente em busca de ofertas em diferentes supermerca­dos da cidade. Às 6 horas, no Extra da Ricardo Jafet, na zona sul da cidade, a empresária Adriana Menezes, dona de um pequeno supermerca­do no bairro do Jabaquara, estava com três carrinhos com 460 pacotes de latas de cerveja. Era a terceira parada dela, que estava na rua desde à 1h30 comprando um pouco em cada lugar, buscando economizar o máximo possível.

“Estamos repondo o estoque do mercadinho, comprei 460 pacotes de cerveja até agora, e a meta é alcançar mil até o fim do dia”, explica. “Quem fala que na Black Friday não tem desconto é porque não pesquisa direito. Tem de bater perna, comprar um pouco aqui, outro ali.”

No mesmo local, Angélica Silva e Débora Acras contavam com a ajuda da “especialis­ta” de preços (como elas mesmo chamam), Lúcia Bessa, para encontrar ofertas “incríveis”. O trio sempre se reúne para fazer compras e, dessa vez, se disseram frustradas com as poucas promoções em itens de comida.

As amigas pularam em vários mercados para tentar achar as melhores ofetas. “Eu costumo economizar um pouco antes da Black Friday para poder gastar mais nessa data. Ano passado gastei uns R$ 700, e várias coisas – como sabão em pó, por exemplo, duraram até agora”, conta a dona de casa Lúcia. “Mas a estratégia das empresas nessa data é sempre igual: alguns produtos têm descontos enormes, mas vários outros sobem de preço. Aí eles não deixam de ganhar.”

Divergênci­as. O aposentado Flávio Albuquerqu­e foi a Casas Bahia da Rua Doze de Outubro, na Lapa, zona oeste de São Paulo, e desistiu de comprar um novo eletrodomé­stico. “Queria geladeira, fogão e máquina de lavar, mas o preço continua alto demais. Às vezes, fica R$ 100 mais barato em uma loja, mas mesmo assim fora do nosso orçamento”, afirma. “Estou até agora procurando esses descontos anunciados.”

No Extra da Ricardo Jafet, as opiniões dos consumidor­es sobre as ofertas eram distintas. O instrutor Guilherme Alberto Vieira dos Santos, de 30 anos, estava com a mulher e seu filho de 2 anos na loja. O produto que mais lhe chamou a atenção foi uma caixa de som Bluetooth, que tinha muito desconto se o pagamento fosse à vista. Mas seu maior desejo mesmo era comprar um videogame novo. “Caiu demais o preço.”/R.R.

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RICARDO ROSSETTO/ESTADÃO Estoque. Adriana comprou 460 latas de cerveja

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