O Estado de S. Paulo

Sette Câmara negocia para ser piloto de teste na F-1

Brasileiro se aproxima da McLaren, mas sabe que nenhuma negociação o coloca como titular na categoria em 2019

- Felipe Rosa Mendes

Brasileiro mais cotado a entrar na Fórmula 1, o mineiro Sérgio Sette Câmara ainda não definiu o seu futuro. Ele garante, porém, estar em negociação para virar piloto de testes na principal categoria do automobili­smo mundial. As conversas existem e a McLaren surge como o possível destino, principalm­ente em razão do patrocínio entre a estatal brasileira Petrobrás e o time britânico. “Tivemos conversas com algumas equipes para ser terceiro piloto. Recebemos propostas. Mas estamos com muita calma”, disse o piloto de 20 anos ao Estado. “Estamos pensando bastante porque não quero algo que me trave, que fique vinculado a patrocínio. Quero ser escolhido para virar piloto de fato no futuro.”

Sette Câmara evita apontar escuderias, mas descarta de antemão os três maiores times da F1: Mercedes, Ferrari e Red Bull, o que inclui a sua “equipe satélite”, a Toro Rosso. Assim, restam a própria McLaren e times medianos, como Force India, Sauber, Haas, Williams e Renault.

“Nenhuma conversa é para ter assento para 2019. Todas as negociaçõe­s são para virar terceiro piloto ou reserva”, admite. Atualmente na F-2, Sette Câmara sonha com uma chance de ser piloto reserva na F-1 para poder participar de treinos livres das etapas, ganhar horas em simuladore­s e pilotar em testes da pré e intertempo­rada. Seria o primeiro passo para conquistar vaga de titular na categoria.

O que poderia facilitar a entrada do brasileiro é o vínculo de patrocínio entre a Petrobrás e a McLaren, mas a estatal brasileira afirmou que “a decisão sobre a contrataçã­o de pilotos é realizada de forma autônoma pela McLaren”. Ele passou a receber apoio da Lubrax, a linha de lubrifican­tes da estatal.

O mineiro prega calma. Não descarta disputar pelo terceiro ano seguido a F-2, principal categoria de acesso à elite do automobili­smo mundial, em 2019, caso não apareça uma boa oportunida­de. O maior entrave no momento é a obtenção da chamada superlicen­ça, exigência da Federação Internacio­nal de Automobili­smo (FIA) para os novatos na F-1.

É uma forma de a entidade exigir um mínimo de rodagem aos pilotos para evitar maiores riscos nas pistas. Para conseguir a permissão, é preciso ter no mínimo 40 pontos somados nas categorias de acesso. O brasileiro ainda não tem nenhum.

Mas poderia atingir esse número de uma vez só se terminar a temporada da F-2 entre os três primeiros colocados. No momento, está em sexto, faltando uma etapa para o fim do campeonato, em Abu Dabi. “Claro que o meu objetivo é ficar em terceiro, mas não quero ficar obcecado por isso. Não adianta correr como um louco, com risco de bater nos outros, mostrando imaturidad­e. A F-1 está toda olhando para nós”, disse. “Não seria o fim do mundo repetir um ano na F-2. Não era o que queria, mas, no fim das contas, seria mais um ano para adquirir experiênci­a. Na F-1, não se pode errar. A hora de errar é agora. O lugar de aprender é na F-2, onde dá para evoluir como piloto. Muitos pilotos chegam à F-1, mas poucos ficam.”

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ZAK MAUGER/FIA FORMULA 2.-14/7/2017 Foco. Sette Câmara quer se concentrar em prova da F-2

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