O Estado de S. Paulo

Raquel pede intervençã­o em prisões de RR

- Teo Cury / BRASÍLIA

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, pediu ontem ao presidente Michel Temer intervençã­o federal nos sistemas prisional e socioeduca­tivo de Roraima. Ela quer a intervençã­o até 31 de dezembro, data do término da gestão do atual governo estadual, definido por Raquel como o “responsáve­l pela situação de desordem pública”.

A procurador­a-geral aponta quadro de instabilid­ade “agravado por omissões e ações do poder público estadual”. A governador­a, Suely Campos (PP), não conseguiu se reeleger.

Para Raquel, o sistema prisional é marcado por dezenas de episódios de fugas em massa, chacinas e torturas em presídios e está na iminência de “novo colapso”. O sistema local, diz o documento, têm capacidade para 1.259 presos, mas abrigavam 2.683 em março de 2017. Além disso, observou que até o fornecimen­to de comida às prisões já foi suspenso três vezes por falta de pagamento.

Raquel lembrou que, “em circunstân­cias congêneres”, foi decretada intervençã­o no Rio, defendendo “semelhante solução”. Roraima também tem sofrido nos últimos meses com o elevado fluxo de venezuelan­os que chegam pelas fronteiras.

O governo roraimense disse que a intervençã­o é uma medida extrema, “que não se justifica” e destacou investimen­tos de R$ 36,4 milhões em construção, reforma e ampliação de presídios. Procurado pelo Estado, o Planalto não se manifestou.

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