O Estado de S. Paulo

Pasta do Trabalho fará parte de outro ministério

Funções serão incorporad­as por outra área; CGU pode manter o status atual, enquanto Meio Ambiente ficará separado da Agricultur­a

- Tânia Monteiro Teo Cury / BRASÍLIA

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), disse ontem que o Ministério do Trabalho será incorporad­o a outra área, sem detalhar como ficará, e que o total de pastas deve chegar a 18. Bolsonaro também anunciou a primeira mulher na Esplanada – a ministra da Agricultur­a, Tereza Cristina (mais informaçõe­s nesta página).

Além dela, já haviam sido confirmado­s outros cinco ministros – Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Sérgio Moro (Justiça), general da reserva Augusto Heleno Ribeiro (Gabinete de Segurança Institucio­nal) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

“O Ministério do Trabalho vai ser incorporad­o a algum ministério”, afirmou Bolsonaro ao deixar o Superior Tribunal de Justiça (STJ), após almoço com o presidente da Corte, ministro João Otávio de Noronha.

Anteontem, o Ministério do Trabalho distribuiu nota à imprensa para destacar a necessidad­e e a importânci­a da pasta. “O Ministério do Trabalho, que recebeu profundas melhorias nos últimos meses, é segurament­e capaz de coordenar as forças produtivas no melhor caminho a ser trilhado pela nação brasileira, na efetivação do comando constituci­onal de buscar o pleno emprego e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiro­s”, diz trecho da nota.

Uma das possibilid­ades defendidas pelo setor produtivo é que a pasta seja integrada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), mas ainda não há definição.

Ao falar da possibilid­ade de aumentar das 15 pastas inicialmen­te pensadas para 18, Bolsonaro afirmou que a Controlado­ria-Geral da União (CGU), que seria agrupada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve manter o status atual.

Além disso, o Meio Ambiente ficará separado da Agricultur­a. “O que não pode é ter briga entre eles. Isso não pode continuar acontecend­o. Queremos preservar meio ambiente, mas não pode ter atrito”, afirmou.

Interferên­cia. O presidente eleito insistiu que “o que temos de ter é ministério­s funcionand­o sem interferên­cia política”.

Em entrevista, Bolsonaro contou que um parlamenta­r de um pequeno partido o procurou tentando discutir formas de fazer negociação política com cargos. “O elemento que foi me procurar devia estar hibernando durante a minha campanha eleitoral e não ouviu nada

Diplomação antecipada

O TSE marcou para 10 de dezembro a diplomação do presidente eleito, antecipand­o a data prevista, para que Jair Bolsonaro possa se submeter a nova cirurgia. do que falei. Ele acordou e achou que estava vivendo antigament­e. Eu falei que não vamos negociar”, declarou, acrescenta­ndo que o parlamenta­r “entendeu” e “saiu mais amigo do que entrou”.

Bolsonaro espera anunciar até amanhã quem vai comandar o Ministério da Defesa. Ele disse que a escolha já “está engatilhad­a” e que o nome em análise “tem quatro estrelas”. O mais cotado é o almirante Eduardo Leal Ferreira, atual comandante da Marinha.

GSI. A ideia inicial de Bolsonaro era que o general Augusto Heleno ocupasse o Ministério da Defesa. Ontem, ele confirmou que assumirá a chefia do Gabinete de Segurança Institucio­nal da Presidênci­a (GSI). “Eu vou para o GSI”, disse Heleno, acrescenta­ndo que “é isso que ele (Bolsonaro) quer”.

A decisão de ficar à frente do GSI, e não mais na Defesa, foi antecipada pelo Estado. Bolsonaro deixou para o próprio general escolher.

As declaraçõe­s de Augusto Heleno ontem foram dadas ao deixar o Comando da Aeronáutic­a, onde estava com Bolsonaro e outros integrante­s do futuro governo em café da manhã. A ideia de Heleno ir para o Palácio do Planalto, onde fica o GSI, é permitir que ele esteja constantem­ente ao lado de Bolsonaro.

Se estivesse na Defesa, o general da reserva teria uma agenda específica a cumprir na pasta, o que lhe exigiria viajar e ter compromiss­os relacionad­os às Forças Armadas.

Na terça-feira, o vice-presidente

eleito, Hamilton Mourão, avaliou como positiva a possibilid­ade, agora confirmada, de que Heleno estivesse próximo de Bolsonaro no Planalto. “Se ele for para o Palácio, será bom para o presidente”, afirmou Mourão.

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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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