Irã culpa Israel por morte de cientista nuclear
Em resposta ao assassinato na sexta-feira de Mohsen Fakhrizadeh, considerado o “pai” do programa nuclear do Irã, o governo iraniano prometeu retaliar e apontou Israel como mandante do crime. O presidente iraniano, Hassan Rohani, acusou ontem Israel de querer semear o “caos”.
“Nosso povo é muito sábio para cair na armadilha do regime sionista (Israel). O Irã certamente responderá ao martírio de nosso cientista no momento adequado”, disse Rohani durante reunião de gabinete. Já o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que as autoridades devem investigar o crime e punir os “autores e seus comandantes”.
Mohsen Fakhrizadeh, 59 anos, diretor do Departamento de Pesquisa e Inovação do ministério da Defesa, foi gravemente ferido na sexta-feira, quando seu carro foi atacado por vários indivíduos, que trocaram tiros com sua equipe de segurança.
Segundo agência de notícias iraniana Tasnim, um carro-bomba explodiu perto do veículo de Fakhrizadeh por volta das 14h30, horário local. O cientista chegou a ser transportado de helicóptero para um hospital na cidade de Absard, a 70 quilômetros de Teerã, mas morreu no hospital.
Israel se recusou a comentar o assassinato. A morte de Fakhrizadeh sobe o tom dos confrontos entre o Irã e seus inimigos nas últimas semanas da presidência de Donald Trump nos Estados Unidos. Também pode complicar os esforços do presidente eleito Joe Biden para tentar retomar o acordo nuclear com o país ao assumir o cargo, em janeiro. A Casa Branca, o Pentágono, o Departamento de Estado dos EUA e a CIA se recusaram a comentar o tema, assim como a equipe de Biden.