O Estado de S. Paulo

PPS pede que Janot confirme citação a Lulinha em delação

Líder do partido na Câmara cobra de procurador posicionam­ento sobre supostos pagamentos de despesas pessoais de filho de Lula

- Gustavo Aguiar

O líder do PPS na Câmara dos, Rubens Bueno (PR), pediu ontem à Procurador­iaGeral da República que confirme o teor da delação premiada do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, sobre o suposto repasse de cerca de R$ 2 milhões para o pagamento de despesas pessoais do filho do ex-presidente Lula. Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, teria sido citado pelo lobista durante as investigaç­ões da Operação Lava Jato.

Bueno cita reportagem publicada pelo jornal O Globo no domingo passado segundo a qual Baiano teria dito que o repasse foi destinado para pagar despe- sas pessoais de Lulinha. Na mesma delação, o lobista teria admitido contato com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas não fez nenhuma revelação compromete­dora a respeito do peemedebis­ta.

Questionam­ento. Bueno questiona o procurador-geral Rodrigo Janot se a delação foi mesmo homologada pelo mi-

‘Blindagem’ nistro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki.

De acordo com o líder do PPS, se essas informaçõe­s forem verdadeira­s, Lulinha deverá ser convocado como investigad­o para prestar depoimento à CPI da Petrobrás. “Precisamos acabar com essa blindagem em torno de Lulinha e de outros personagen­s envolvidos no escândalo”, afirmou Bueno, lembrando o requerimen­tos da CPI do BNDES e da Comissão de Fiscalizaç­ão Financeira e Controle para ouvir o filho do ex-presidente.

Bueno informou também que o partido vai pedir a prorrogaçã­o dos trabalhos da comissão que investiga o esquema de lavagem de dinheiro da Petrobrás. A previsão inicial é de que ela termine em 23 de outubro.

O deputado disse, ainda, que outras comissões tentarão ouvir o filho do ex-presidente. “Temos também requerimen­tos na CPI do BNDES e na Comissão de Fiscalizaç­ão Financeira e Controle. Ele precisa ser ouvido o mais rápido possível até porque não é a primeira vez que seu nome aparece vinculado a tramoias.”

Baiano. Fernando Baiano é apontado como lobista do PMDB no esquema de desvios da Petrobrás. Ele foi preso em novembro de 2014, na Operação Juí- zo Final, etapa da Lava Jato que alcançou o braço empresaria­l do esquema de corrupção na estatal. Em uma primeira ação, Fernando Baiano foi condenado a uma pena de 16 anos e 1 mês de cadeia. Ele ainda responde a outros processos no âmbito da Lava Jato.

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ANDRE DUSEK/ESTADAO -19/8/2015 Procurador-geral. Rodrigo Janot coordena inquéritos da Lava Jato no âmbito do Supremo
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