Morre ministro do Exército de Itamar e FHC
O general Zenildo Gonzaga Zoroastro de Lucena, ministro do Exército nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, morreu ontem, aos 87 anos, no Rio.
Lucena assumiu o mais alto posto do Exército Brasileiro logo após o afastamento do ex-presidente Fernando Collor de Melo, em outubro de 1992, durante a transição entre a posse de Itamar Franco e as eleições de 1994. Ele ficou no cargo durante o primeiro mandato de FHC e foi membro do Conselho de Administração da Petrobrás, em 1999.
O general entrou para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em março de 1948, chegando a general de brigada em março de 1983, segundo o verbete com seu nome no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Ligado aos setores mais nacionalistas do Exército, integrou um grupo de oficiais que apoiou a indicação do general Albuquerque Lima para suceder o general Artur da Costa e Silva (1967-1969), na presidên- cia da República. O objetivo era evitar a indicação do general Emílio Garrastazu Médici, que, no entanto, acabou sendo eleito pelo Congresso Nacional”, diz um trecho do verbete.
Ao assumir o cargo de ministro do Exército, em meio à crise que culminou com o impeachment de Collor, o general teria atuado para evitar uma intervenção dos militares.
No primeiro governo FHC atuou também para segurar a oposição dos setores mais conservadores das Forças Armadas a medidas como a aprovação da Lei dos Desaparecidos Políticos, que concedeu atestados de óbito a desaparecidos políticos durante a ditadura militar e previa o pagamento de indenizações às famílias das vítimas.
O velório do general Lucena será hoje, das 9h às 13h, no Palácio Duque de Caxias, no Rio. Às 12 horas, haverá missa de corpo presente. Lucena deixa mulher, duas filhas e cinco netos.