Correio da Manha - CM Sport

Um tipo cheio de sorte

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Oavião fretado que levou Cristiano Ronaldo para Turim na tarde de quarta-feira não levou com o capitão da equipa nacional – o melhor jogador do mundo para muito boa gente – todas as virtudes e capacidade­s da seleção. Nessa mesma noite, no Estádio de Alvalade, Portugal, sem Cristiano Ronaldo, bateu a Suécia por um claro 3-0 e embora a exibição não tenha sido “de top”, como disse no final do encontro o selecionad­or nacional, o que foi produzido em campo chegou e sobrou para dar cabo dos suecos e colocar a seleção, a nossa seleção, na posição de poder discutir diretament­e com a França a qualificaç­ão para a fase seguinte da Liga das Nações.

Há, de facto, uma nova geração de futebolist­as portuguese­s que é um encanto. Jürgen Klopp, por exemplo, referiu-se em tempos recentes a esta fornada de luxo como “uma geração inacreditá­vel de talento” e, não se ficando pelas palavras, gastou 50 milhões para ir buscar ao Wolverhamp­ton para o seu Liverpool o não menos inacreditá­vel Diogo Jota, autor de dois golos e de uma assistênci­a para golo no jogo com os escandinav­os. Jota foi o substituto de Cristiano Ronaldo na noite de quarta-feira e não há nada que não tenha feito para fazer esquecer aos adeptos portuguese­s e aos suecos a ausência da sigla CR7 no 11 de Fernando Santos.

Quanto ao nosso selecionad­or, não há dúvida que é um tipo cheio de sorte. E merece-a. No Euro de 2016 teve a sorte de um sorteio favorável e de acasalamen­tos com adversário­s ainda mais favoráveis enquanto a decisão do título continenta­l se encaminhav­a para a final de Paris. Neste preciso momento tem

a sorte de dispor de um conjunto riquíssimo de jogadores do mais alto nível internacio­nal e, para mais, jovens, com um largo futuro de exercício pela frente. Contra a Suécia foi já o que se viu. Não foram 90 minutos de futebol avassalado­r mas foram os minutos suficiente­s para dar asas a ferozes e episódicos golpes de génio deste ou daquele jogador e assim se venceu o encontro por uma margem confortáve­l e sem espinhas.

Com ou sem Ronaldo, a caminho de completar 36 anos, isto é, na porta de saída de um percurso fenomenal, esta é e vai ser a melhor seleção portuguesa de sempre. Dos 11 que iniciaram o jogo com os suecos só Pepe, 37 anos, veterano dos veteranos, joga em Portugal. Todos os outros vêm de clubes gigantes como os dois Manchester, o City e o United, o Liverpool, o Dortmund, o Atl. Madrid ou o PSG e é este o universo competitiv­o que, pelos próximos anos, vai servir Fernando Santos e a seleção. Que sorte, Fernando Santos, sorte sua e sorte nossa, obviamente.n

ESTA JÁ É E VAI CONTINUAR A SER A MELHOR SELEÇÃO PORTUGUESA DE SEMPRE

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